Irã afirma que qualquer ataque dos EUA terá resposta esmagadora
A declaração foi feita um dia após uma reportagem revelar que Donald Trump pediu a conselheiros opções para uma ofensiva contra instalação nuclear iraniana
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 16h06.
Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 16h10.
O governo do Irã afirmou nesta terça-feira, 17, que qualquer ataque por parte dos Estados Unidos ao país terá "uma resposta esmagadora."
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A declaração foi feita um dia após uma reportagem do New York Times revelar que Donald Trump pediu a conselheiros opções para uma ofensiva contra a principal instalação nuclear iraniana. O presidente americano, no entanto, foi dissuadido a não adotar nenhuma atitude.
"Qualquer ação contra a nação iraniana certamente enfrentará uma resposta esmagadora", disse o porta-voz iraniano, Ali Rabiei, em um comunicado no site oficial do governo.
A reunião na Casa Branca aconteceu na última quinta-feira, um dia depois de inspetores internacionais relatarem um aumento significativo no estoque de material nuclear iraniano.
Trump se encontrou com conselheiros seniores para perguntar se poderia, então, atacar a usina de enriquecimento de urânio de Natanz, a principal do país, nas próximas semanas, segundo quatro funcionários atuais e ex-funcionários do governo ouvidos pelo jornal.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o estoque de urânio do Irã era agora 12 vezes maior do que o permitido pelo acordo nuclear que Trump abandonou em 2018. A agência também observou que o país não permitiu o acesso a outro local suspeito onde havia indícios de atividade nuclear anterior.
Entre os funcionários do alto escalão presentes na reunião no Salão Oval estavam o vice-presidente Mike Pence; o secretário de Estado, Mike Pompeo; o secretário interino de Defesa, Christopher C. Miller; e o general Mark A. Milley, chefe do Estado Maior Conjunto dos EUA. Eles alertaram que uma ofensiva contra a instalação iraniana poderia rapidamente se transformar em um conflito mais amplo nos últimos dois meses da Presidência de Trump.
Nesta quarta-feira, Pompeo tem uma visita prevista a Israel, que há muito insinua uma possível ação militar contra o Irã, considerado pelo Estado judeu uma nação inimiga. Após a informação da reunião vir a público, o ministro israelense da Energia, Yuval Steinitz, disse:
"Se eu fosse os iranianos, não me sentiria à vontade", declarou à Rádio do Exército de Israel, acrescentando que não estava ciente das deliberações do Salão Oval. "É muito importante que os iranianos saibam que se, de fato, eles caminharem repentinamente em direção a altos níveis de enriquecimento [de urânio], na direção do armamento nuclear, estarão sujeitos a enfrentar o poderio militar dos Estados Unidos. E também, talvez de outros países."
O Irã respondeu que seu programa nuclear é para necessidades pacíficas. O porta-voz do governo também acusou Israel de "guerra psicológica" contra o país.
"Pessoalmente, não prevejo que seja provável que eles [os Estados Unidos] queiram causar insegurança no mundo e na região" acrescentou Rabiei no comunicado.