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Irã adverte porta-aviões americano a não retornar ao Golfo

O alerta foi feito um dia depois da Marinha iraniana ter completado 10 dias de exercícios na entrada do Golfo

O porta-aviões citado era o USS John C. Stennis, um dos maiores navios da Marinha dos Estados Unidos (AFP)

O porta-aviões citado era o USS John C. Stennis, um dos maiores navios da Marinha dos Estados Unidos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 19h10.

Teerã - Um funcionário de alto escalão do Irã advertiu nesta terça-feira aos Estados Unidos que não voltem a entrar com seu porta-aviões ao Golfo, ao mesmo tempo em que na frente diplomática continuava a controvérsia entre Teerã e os ocidentais sobre o tema nuclear.

"Aconselhamos o porta-aviões americano que atravessou o Estreito de Ormuz e que se encontra no Mar de Omã que não volte ao Golfo Pérsico", declarou o general Ataolá Salehi, acrescentando que "a República Islâmica do Irã não tem a intenção de repetir sua advertência", segundo o site das forças armadas iranianas.

O porta-aviões americano "USS John C. Stennis", que se encontrava no Golfo, passou na semana passada pelo Estreito de Ormuz para ir ao Mar de Omã, em plenas manobras navais iranianas que duraram dez dias na região do estreito.

Vários funcionários de alto escalão declararam que o Irã pode fechar este canal estratégico, por onde transita 35% do tráfego marítimo petroleiro mundial, em caso de novas sanções contra as exportações petroleiras, que permitem ao Irã, segundo produtor da Opep, obter 80% de suas receitas.

Estas medidas foram examinadas pelos Estados Unidos e por alguns países europeus, em particular Alemanha, Grã-Bretanha e França, para levar o Irã a ceder em seu controverso programa nuclear.

Os Estados Unidos criticaram o "comportamento irracional do Irã" e afirmaram que "não tolerarão nenhuma perturbação do tráfego marítimo no Estreito de Ormuz".

Na segunda-feira, último dia das manobras navais, o Irã testou vários mísseis de cruzeiro, em particular os mísseis Ghader e Nur, com um alcance de 200 km e que podem alcançar alvos no Estreito de Ormuz, no Mar de Omã e no Golfo Pérsico.

Já o chefe de Estado-Maior, o general Hassan Firuzabadi, declarou que em pouco tempo os Guardiões da Revolução organizarão suas próprias manobras na região do Golfo, do qual são responsáveis, enquanto o exército regular está encarregado de controlar o Mar de Omã.


Reagindo às ameaças de sanções petroleiras, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, declarou nesta terça-feira que o "Ocidente não é capaz de excluir o Irã de comércio energético no mundo".

"A situação energética no mundo não sustenta a possibilidade de excluir um país como o Irã, que possui as quartas reservas de petróleo e as segundas reservas de gás no mundo", acrescentou.

"Nossas exportações de petróleo e de gás menos importantes são atualmente as que vão aos países europeus", ou seja, pouco mais de 15% das exportações iranianas, acrescentou.

Ao mesmo tempo, Teerã propôs novamente um reinício rápido das negociações nucleares com as potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) interrompidas há um ano.

"Esperamos que uma data e um lugar sejam propostos pela chefe da diplomacia da União Europeia (Catherine Ashton) para as negociações entre Irã e o grupo 5+1", declarou Mehmanparast.

A União Europeia rejeitou a solicitação iraniana, acrescentando que continuava esperando a resposta de Teerã a uma carta dirigida aos líderes iranianos no mês de outubro.

Já o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé, considerou nesta terça-feira que o Irã "continua desenvolvendo sua arma nuclear".

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