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Investigadores procuram objeto que contaminou casal britânico

O casal foi envenenado em Salisbury por um objeto que continha o agente nervoso Novichok, quatro meses depois de um atentado contra os Skripal

Seis lugares frequentados pelo casal no fim de semana passado estão isolados do público (Henry Nicholls/Reuters)

Seis lugares frequentados pelo casal no fim de semana passado estão isolados do público (Henry Nicholls/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de julho de 2018 às 11h41.

Os investigadores travavam, nesta sexta-feira (6), uma corrida contra o tempo na cidade inglesa de Salisbury para encontrar o objeto que continha o agente nervoso Novichok, que envenenou um casal britânico quatro meses depois de um atentado contra os Skripal.

O homem de 45 anos e a mulher de 44, internados em estado crítico, manipularam um "objeto contaminado" nessa cidade do sudoeste, anunciou a Scotland Yard.

"Depois dos novos testes realizados com amostras dos pacientes, agora sabemos que estiveram expostos ao agente nervoso após manipular um objeto contaminado", disse a Polícia britânica, ainda sem poder informar se teria a mesma origem do gás nervoso que deixou à beira da morte o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, em 4 de março.

"Pode ter sido uma seringa, um pequeno frasco médico (...) que pode passar facilmente despercebido", afirmou Hamish de Bretton-Gordon, um especialista em armas químicas ouvido pela AFP.

Segundo um cientista que trabalha para o governo consultado pela BBC, "o Novichok é tão tóxico que pode passar pela pele e não precisa ser ingerido" para causar danos.

Os investigadores fizeram rastreamentos "sistemáticos e meticulosos em vários lugares" para encontrar o objeto, declarou a Polícia. Seis lugares frequentados pelo casal no fim de semana passado estão isolados do público.

O abrigo onde morava a mulher, identificada como Dawn Sturgess por um amigo, foi evacuado na quinta-feira.

Anne Zhang, uma mãe de 37 anos, estava preocupada com seus dois filhos. A pequena esteve brincando recentemente no parque de Salisbury, no qual estiveram as vítimas na sexta-feira e que agora está cercado.

"Tenho medo de que tenha tocado em algo", disse à AFP. "Meus filhos não vão mais para essa parte da cidade. Vão da escola para casa", completou.

As autoridades pediram às pessoas que não toquem em objetos desconhecidos.

Tensão diplomática reavivada

O caso trouxe de novo à tona a tensão diplomática com a Rússia, após a troca de expulsões de diplomatas que se seguiu ao caso Skripal.

"Chegou a hora de o Estado russo dar um passo adiante e explicar exatamente o que aconteceu", disse o ministro britânico do Interior, Savid Javid, após uma reunião de emergência do governo sobre este novo caso.

"É totalmente inaceitável que nossos cidadãos sejam alvos deliberados, ou acidentais, ou que se verta veneno nas nossas ruas, nos nossos parques e nas nossas cidades", acrescentou.

O Reino Unido alertou a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), segundo um porta-voz de Downing Street.

A Rússia respondeu, pedindo à Polícia britânica que não se envolva nos "sujos jogos políticos" depois do envenenamento do casal.

"Pedimos às forças da ordem britânicas que não cedam aos sujos jogos políticos iniciados por certas forças em Londres e que cooperem, nessa investigação, com as forças da ordem russas", afirmou ontem a porta-voz da diplomacia russa Maria Zakharova.

 

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