Bombardeios russos: "As ações da força aérea russa, efetuadas a pedido das autoridades sírias, ajudaram muito a inverter a situação no país" (Khalil Ashawi / Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2016 às 08h34.
A intervenção do exército russo na Síria, em vigor desde 30 de setembro, permitiu "inverter a situação", afirmou nesta terça-feira o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
Por sua vez, Lavrov sustentou que as negociações de paz sobre a Síria mediadas pela ONU não terão êxito se representantes curdos não estiverem incluídos.
"Sem estes participantes, as negociações não poderão dar os resultados que queremos, uma solução política definitiva na Síria", disse Lavrov.
No entanto, cabe ao enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, decidir quais grupos opositores participam das negociações com o regime, acrescentou Lavrov.
"As ações da força aérea russa, efetuadas a pedido das autoridades sírias, ajudaram muito a inverter a situação no país e a reduzir o território controlado pelos terroristas", declarou Lavrov à imprensa em Moscou.
O ministro se referia aos jihadistas dos grupos Estado Islâmico e Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda.
As forças do presidente Bashar al-Assad estavam à beira do colapso em agosto após uma série de derrotas para os rebeldes.
No entanto, após o início da intervenção russa, o exército sírio e as milícias favoráveis ao governo, com o apoio de combatentes libaneses do Hezbollah e iranianos, retomaram a iniciativa contra os rebeldes, impressionados com a potência de fogo dos aviões russos, segundo os especialistas.
As forças pró-governamentais atacam em todas as frentes e começam a reconquistar cidades, particularmente nas províncias de Latakia (nordeste), Aleppo (norte) e Deraa (sul).
Em Deraa, precisamente, o exército sírio, com o apoio do Hezbollah, de oficiais iranianos e da aviação russa, conquistou o reduto rebelde de Sheikh Miskin, perto da fronteira com a Jordânia.
Sheikh Miskin se encontra em um cruzamento de caminhos entre Damasco, ao norte, e a cidade de Sweida, a leste, ambos sob o controle do governo, e a 12 km do reduto rebelde de Nawa, a oeste, próximo objetivo das forças do regime.
Na segunda-feira, ao comunicar o balanço dos últimos bombardeios, o exército russo informou sobre "avanços significativos da ofensiva na região de Latakia" que permitiram "libertar mais de 92 km quadrados e 28 localidades, entre elas Rabia, de importância estratégica para as futuras operações".