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Inferno grego: trabalhadores vivem pior crise desde 2ª Guerra

Queda dos salários e desemprego são algumas das consequências da crise que afeta o país

Manifestantes protestam contra medidas de austeridade na Grécia (Angelos Tzortzinis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2011 às 14h11.

Atenas - O engenheiro agrônomo em Atenas, Apostolos Kafchitsas, que teve seu salário reduzido de 1.600 para 1.200 euros com a crise, e o programador de informática e professor desempregado, Dimitri, de 33 anos, não veem um bom futuro profissional em uma Grécia em crise.

Ambos os casos ilustram bem a difícil situação dos trabalhadores gregos, que se encontram em seu pior momento desde a Segunda Guerra Mundial.

Apostolos, de 40 anos e pai de duas filhas pequenas, de 4 anos e 19 meses, acredita que a crise da dívida, que obrigou o governo a tomar medidas de austeridade sem precedentes na Grécia, já afetou o mundo todo.

"Tudo muda todos os dias, inclusive nossos empregos que estavam protegidos e já não estão, todo mundo está preocupado", disse à AFP. "A irmã da minha mulher está se preparando para se mudar para Chipre".

"É preciso impedir a venda do país", disse. O governo multiplica os acordos de investimentos com a China ou Qatar para abastecer os cofres do Estado e já iniciou, a pedido de credores, um amplo plano de privatizações.

Apostolos pede, como cidadão, a supervisão da gestão da dívida.

"Gostaria que houvesse um comitê que trabalhasse para saber exatamente quanto deve este país e a quem".

"O governo nos diz que a dívida aumenta diariamente, mas não entendemos nada. O Governo está formado por marionetes que não representam o país", afirma.

"É claro que tenho medo", diz. "Sei o que aconteceu com a Argentina há 10 anos", quando o país declarou a suspensão de pagamentos e abandonou a paridade com o dólar.

Em uma Grécia na qual a taxa de desemprego oficial é de 16,3% - os sindicatos estimam que a taxa real se situe em torno de 23% - qualquer vaga recebe um número excessivo de candidatos.

"Espero poder conseguir algo nos próximos meses", diz o programador Dimitri.

"As pessoas dizem que as coisas serão mais fáceis dentro de uns dez anos na Grécia... mas até lá terei 43", diz.

Dimitri participa de uma operação de contratação organizada pela embaixada da Austrália na Grécia, para emigrar para o país: "Meu currículo já foi selecionado", diz.

"Quando penso no que fizemos para ter diplomas...", lamenta. "Não foi a minha geração que criou essa dívida e ao que tudo indica os que estão nascendo agora também terão que pagar por ela".

Nos anos 50, centenas de milhares de gregos abandonaram o país, arruinado pela Segunda Guerra Mundial, para emigrar principalmente para Austrália e Estados Unidos.

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Atenas - O engenheiro agrônomo em Atenas, Apostolos Kafchitsas, que teve seu salário reduzido de 1.600 para 1.200 euros com a crise, e o programador de informática e professor desempregado, Dimitri, de 33 anos, não veem um bom futuro profissional em uma Grécia em crise.

Ambos os casos ilustram bem a difícil situação dos trabalhadores gregos, que se encontram em seu pior momento desde a Segunda Guerra Mundial.

Apostolos, de 40 anos e pai de duas filhas pequenas, de 4 anos e 19 meses, acredita que a crise da dívida, que obrigou o governo a tomar medidas de austeridade sem precedentes na Grécia, já afetou o mundo todo.

"Tudo muda todos os dias, inclusive nossos empregos que estavam protegidos e já não estão, todo mundo está preocupado", disse à AFP. "A irmã da minha mulher está se preparando para se mudar para Chipre".

"É preciso impedir a venda do país", disse. O governo multiplica os acordos de investimentos com a China ou Qatar para abastecer os cofres do Estado e já iniciou, a pedido de credores, um amplo plano de privatizações.

Apostolos pede, como cidadão, a supervisão da gestão da dívida.

"Gostaria que houvesse um comitê que trabalhasse para saber exatamente quanto deve este país e a quem".

"O governo nos diz que a dívida aumenta diariamente, mas não entendemos nada. O Governo está formado por marionetes que não representam o país", afirma.

"É claro que tenho medo", diz. "Sei o que aconteceu com a Argentina há 10 anos", quando o país declarou a suspensão de pagamentos e abandonou a paridade com o dólar.

Em uma Grécia na qual a taxa de desemprego oficial é de 16,3% - os sindicatos estimam que a taxa real se situe em torno de 23% - qualquer vaga recebe um número excessivo de candidatos.

"Espero poder conseguir algo nos próximos meses", diz o programador Dimitri.

"As pessoas dizem que as coisas serão mais fáceis dentro de uns dez anos na Grécia... mas até lá terei 43", diz.

Dimitri participa de uma operação de contratação organizada pela embaixada da Austrália na Grécia, para emigrar para o país: "Meu currículo já foi selecionado", diz.

"Quando penso no que fizemos para ter diplomas...", lamenta. "Não foi a minha geração que criou essa dívida e ao que tudo indica os que estão nascendo agora também terão que pagar por ela".

Nos anos 50, centenas de milhares de gregos abandonaram o país, arruinado pela Segunda Guerra Mundial, para emigrar principalmente para Austrália e Estados Unidos.

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