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Infanta da Espanha se envolve em escândalo de corrupção

O escândalo ameaça o marido da segunda filha do rei Juan Carlos e sua imagem de princesa moderna


	Cristina e Urdangarin: o marido da princesa está atualmente afastado dos atos oficiais da família
 (Attila Kisbenedek/AFP)

Cristina e Urdangarin: o marido da princesa está atualmente afastado dos atos oficiais da família (Attila Kisbenedek/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2013 às 13h53.

Madri - Loura e sorridente, a infanta Cristina, segunda filha do rei Juan Carlos, da Espanha, está na linha de frente de um escândalo judicial que ameaça seu marido, Iñaki Urdangarin, e sua imagem de princesa moderna.

A infanta, de 47 anos, não é investigada no processo iniciado no final de 2011 por um juiz das Beleares que aponta Urdangarin, um ex-campeão de handebol de 45 anos que se tornou empresário, como o principal envolvido no caso de corrupção

Mas o escândalo, que continua a crescer ano após ano, está se aproximando perigosamente do rei, de seu círculo familiar e da princesa.

Carlos Garcia Revenga, secretário e homem de confiança de Cristina e de sua irmã Elena, foi convocado a depor em 23 de fevereiro pelo magistrado do caso, o juiz José Castro.

Além disso, o nome da infanta foi citado pela imprensa em meio à revelações divulgadas pelo ex-sócio de Urdangarin, Diego Torres.

Também acusado na investigação sobre o desvio de vários milhões de euros de fundos públicos por meio do Instituto Nóos, uma sociedade filantrópica presidida por Urdangarin entre 2004 e 2006, Torres tenta provar que a filha do rei sabia das atividades ilegais de seu marido, porque ela fazia parte do conselho de administração da Nóos.

"A deterioração da imagem da infanta Cristina não tem mais volta, pelo menos por um tempo", disse à AFP o professor de História Contemporânea na Universidade Complutense de Madri, Emilio de Diego.

O caso, que abalou a popularidade da realeza, não poupou a princesa, diplomada em Ciências Política, conhecida por suas atividades sociais e humanitárias e diretora do departamento de previdência social da Fundação La Caixa, em Barcelona.


"A infanta Cristina sempre foi a filha rebelde da família, acredito que tenha sido aí o início de alguns dos erros do monarca no plano familiar, tolerando a entrada em uma entidade privada, como La Caixa, sem renunciar ao título de infanta", acrescentou.

O escândalo também abalou a imagem de marido modelo de Urdangarin, atualmente afastado dos atos oficiais da família, desde seu casamento em 4 de outubro de 1997 na Catedral de Santa Eulália de Barcelona.

Nessa ocasião, o rei Juan Carlos I concedeu o título de duquesa de Palma para sua filha, sétima na linha de sucessão ao trono.

Nascida em 13 de junho de 1965 em Madri e apaixonada por esportes, especialmente a vela, Cristina conheceu Urdangarin nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, onde conquistou a medalha de bronze com a equipe espanhola de handebol.

"Ela gosta de homens musculosos, atléticos, altos e sensuais", assegurou o escritor Andrew Morton, biógrafo de Lady Di, que acaba de publicar o livro "Ladies of Spain. Sofía, Elena, Cristina e Letizia: Entre o dever e o amor", sobre a rainha Sofía, suas duas filhas e a princesa Letizia, esposa do príncipe herdeiro Felipe.

"É extremamente competitiva e teimosa", acrescentou Morton, que não hesitou em dizer que foi Cristina que havia tomado a iniciativa para conquistar Urdangarin.

O casal teve quatro filhos entre 1999 e 2005: Juan Valentin, Pablo Nicolas, Miguel e Irene. Em 2009, eles se mudaram para Washington, onde Urdangarin foi nomeado diretor da gigante de telecomunicações espanhola Telefónica.

Foi então que a família foi surpreendida com o escândalo Nóos. Em agosto de 2012 voltaram para Barcelona. Urdangarin argumenta que a infanta não sabia de suas atividades.

"É possível a infanta Cristina não saber de nada, mas o aumento de sua fortuna pessoal não pode ser ignorado por uma esposa que é muito unida ao seu marido", ressaltou a escritora Pilar Urbano, autora de vários livros sobre a família real.

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