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Indonésia admite erros em sistema de controle de voo em avião da Lion Air

Os sensores dos Boeing 737 Max 8 registraram uma diferença de 20 graus entre os lados do avião durante o voo prévio ao acidente entre Denpasar e Jacarta

Indonésia: a companhia Lion Air admitiu problemas técnicos no penúltimo voo (Beawiharta/Reuters)

Indonésia: a companhia Lion Air admitiu problemas técnicos no penúltimo voo (Beawiharta/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 15h59.

Jacarta - As autoridades da Indonésia admitiram nesta quarta-feira erros no sistema de controle de voo do avião da companhia aérea Lion Air que caiu no dia 29 de outubro no Mar de Java com 189 pessoas a bordo.

O diretor do Comitê Nacional de Segurança no Transporte (KNKT), Soerjanto Tjahjono, disse que os sensores dos Boeing 737 Max 8 que calculam o ângulo de ataque registraram uma diferença de 20 graus entre os dois lados do avião durante o voo prévio ao acidente entre Denpasar e Jacarta.

O ângulo de ataque de um avião é o ângulo que a asa forma em relação à direção do ar que incide sobre ela e é um parâmetro que interfere na capacidade do avião de se manter no ar.

"Os pilotos fizeram alguns procedimentos e finalmente conseguiram solucionar o problema e aterrissar em Jacarta", disse Soerjanto em comunicado, no qual afirmou que este dispositivo foi substituído antes de voltar a voar.

O diretor do KNKT indicou que o "êxito dos pilotos na hora de operar o avião com defeito" nesse voo fundamentou uma série de recomendações que foram enviadas à Boeing para que as transmitisse às demais companhias aéreas.

Soerjanto também disse que o problema com esses indicadores do ângulo de ataque está relacionado com os erros apresentados pelo indicador de velocidade aerodinâmica nos quatro últimos voos da aeronave, segundo os dados obtidos de uma das caixas-pretas.

O avião do voo JT610 caiu no mar 13 minutos depois de decolar em Jacarta com destino a uma ilha vizinha e pouca depois de o piloto pedir para retornar ao aeroporto da capital.

A Lion Air admitiu problemas técnicos no penúltimo voo, embora tenha afirmado que estes foram resolvidos antes de decolar, enquanto o Ministério do Transporte informou que o avião passou por todas as inspeções e tinha os certificados em dia.

O Ministério começou uma "auditoria especial" da Lion Air e ordenou a inspeção dos dez Boeing 737 Max 8 operados pela companhia aérea de baixo custo.

Enquanto isso, as equipes de resgate, militares e policiais continuam procurando a outra caixa-preta, que grava as conversas entre os pilotos na cabine.

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