"Indignados" da Espanha motivam onda de protestos na Europa
Centenas de jovens permaneceram acampados na praça central Puerta del Sol, em Madri, incentivando uma onda de manifestações no continente
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2011 às 14h55.
Madri/Atenas - Os espanhóis que protestam contra o tratamento dado à crise econômica do país prometeram manter suas barracas montadas em praças centrais de cidades esta semana, enquanto uma onda de protestos semelhantes chegava a outras grandes cidades da Europa.
Centenas de pessoas jovens e velhas votaram na noite de domingo por manter um acampamento de protesto montado há duas semanas na praça central Puerta del Sol, em Madri, até quinta-feira pelo menos, iniciativa ecoada na segunda maior cidade da Espanha, Barcelona.
Apelidados de "los indignados", dezenas de milhares de manifestantes lotaram praças em todo o país em uma onda de ultraje diante do alto índice de desemprego e as medidas de austeridade adotadas pelo governo no período que antecedeu as eleições locais e regionais de 22 de maio.
As eleições resultaram em uma derrota acachapante para os socialistas que governam a Espanha, que vêm tentando administrar a revolta dos eleitores diante do aperto de cintos nacional e a exigência de investidores de que sejam adotadas medidas mais rígidas para conter o déficit público.
O movimento "Democracia Real Agora", também chamado de "Revolução Espanhola", inspirou manifestações semelhantes em outras partes da Europa.
Na Grécia, protestos atraíram cerca de 24 mil pessoas para a praça central Syntagma, em Atenas, e cerca de 1.500 na cidade de Thessaloniki, no norte do país, segundo as estimativas da polícia, normalmente conservadoras.
Na segunda-feira, cerca de 30 barracas foram montadas na praça central de Atenas, como parte de um encontro diário que começou na quarta-feira passada e é visto como sendo menos politicamente motivado que os protestos tradicionais convocados por sindicatos.
Indignação em Paris
Em Paris, policiais da tropa de choque retiraram manifestantes da praça da Bastilha na noite de domingo, depois de centenas de manifestantes terem se reunido nos degraus de um teatro popular de ópera, expressando sua solidariedade com movimentos de base semelhantes na Espanha e Grécia.
Os manifestantes, aparentemente em sua maioria na casa dos 20 anos, tocaram tambores, ficaram sentados sob o sol do fim da tarde e agitaram cartazes dizendo "democracia real agora", "acorde, Paris" e "indigne-se!".
O número de manifestantes foi estimado pelos próprios em mais de mil e pela polícia em cerca de 500. Os manifestantes disseram que vários deles foram detidos e alguns ficaram feridos.
"Começamos a fazer esses encontros espontâneos há cerca de dez dias, e estão crescendo", disse um manifestante que pediu para não ser identificado. "No início éramos apenas alguns. Agora, centenas de pessoas comparecem todos os dias, com um número bem maior nos fins de semana."
O manifestante - estudante que disse que não queria ser identificado como porta-voz ou organizador - afirmou que encontros semelhantes aconteceram em 31 cidades francesas.
Um "grande dia de protesto" pan-europeu foi marcado para 19 de junho, disse ele, acrescentando que seu grupo - a seção francesa do movimento espanhol "Acampada" - ainda não formulou reivindicações precisas.
Madri/Atenas - Os espanhóis que protestam contra o tratamento dado à crise econômica do país prometeram manter suas barracas montadas em praças centrais de cidades esta semana, enquanto uma onda de protestos semelhantes chegava a outras grandes cidades da Europa.
Centenas de pessoas jovens e velhas votaram na noite de domingo por manter um acampamento de protesto montado há duas semanas na praça central Puerta del Sol, em Madri, até quinta-feira pelo menos, iniciativa ecoada na segunda maior cidade da Espanha, Barcelona.
Apelidados de "los indignados", dezenas de milhares de manifestantes lotaram praças em todo o país em uma onda de ultraje diante do alto índice de desemprego e as medidas de austeridade adotadas pelo governo no período que antecedeu as eleições locais e regionais de 22 de maio.
As eleições resultaram em uma derrota acachapante para os socialistas que governam a Espanha, que vêm tentando administrar a revolta dos eleitores diante do aperto de cintos nacional e a exigência de investidores de que sejam adotadas medidas mais rígidas para conter o déficit público.
O movimento "Democracia Real Agora", também chamado de "Revolução Espanhola", inspirou manifestações semelhantes em outras partes da Europa.
Na Grécia, protestos atraíram cerca de 24 mil pessoas para a praça central Syntagma, em Atenas, e cerca de 1.500 na cidade de Thessaloniki, no norte do país, segundo as estimativas da polícia, normalmente conservadoras.
Na segunda-feira, cerca de 30 barracas foram montadas na praça central de Atenas, como parte de um encontro diário que começou na quarta-feira passada e é visto como sendo menos politicamente motivado que os protestos tradicionais convocados por sindicatos.
Indignação em Paris
Em Paris, policiais da tropa de choque retiraram manifestantes da praça da Bastilha na noite de domingo, depois de centenas de manifestantes terem se reunido nos degraus de um teatro popular de ópera, expressando sua solidariedade com movimentos de base semelhantes na Espanha e Grécia.
Os manifestantes, aparentemente em sua maioria na casa dos 20 anos, tocaram tambores, ficaram sentados sob o sol do fim da tarde e agitaram cartazes dizendo "democracia real agora", "acorde, Paris" e "indigne-se!".
O número de manifestantes foi estimado pelos próprios em mais de mil e pela polícia em cerca de 500. Os manifestantes disseram que vários deles foram detidos e alguns ficaram feridos.
"Começamos a fazer esses encontros espontâneos há cerca de dez dias, e estão crescendo", disse um manifestante que pediu para não ser identificado. "No início éramos apenas alguns. Agora, centenas de pessoas comparecem todos os dias, com um número bem maior nos fins de semana."
O manifestante - estudante que disse que não queria ser identificado como porta-voz ou organizador - afirmou que encontros semelhantes aconteceram em 31 cidades francesas.
Um "grande dia de protesto" pan-europeu foi marcado para 19 de junho, disse ele, acrescentando que seu grupo - a seção francesa do movimento espanhol "Acampada" - ainda não formulou reivindicações precisas.