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Indignação mundial após bombardeio contra refugiados sírios

Os rebeldes sírios acusam a aviação do regime de Damasco de ser responsável pelo bombardeio


	Bombardeios: os rebeldes sírios acusam a aviação do regime de Damasco de ser responsável pelo bombardeio
 (Abdalrhman Ismail / Reuters)

Bombardeios: os rebeldes sírios acusam a aviação do regime de Damasco de ser responsável pelo bombardeio (Abdalrhman Ismail / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2016 às 13h17.

A comunidade internacional expressou indignação com os bombardeios que mataram cerca de 30 pessoas nesta quinta-feira em um campo de refugiados do norte da Síria, considerados "crime de guerra" pela ONU.

Além disso, ao menos 73 pessoas morreram nas últimas 24 horas em uma batalha entre as forças do regime de Bashar al-Assad e a Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, em uma área ao sul de Aleppo, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Na quinta-feira à noite, 28 civis, incluindo crianças, morreram em ataques contra um campo de deslocados que fugiam dos combates na província de Idleb (noroeste).

Até o momento não foi possível determinar quem está por trás dos bombardeios, perto da cidade de Sarmada, na fronteira com a Turquia. Aviões do regime, da Rússia e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos sobrevoam a Síria.

O governo negou qualquer envolvimento. O exército sírio chegou a afirmar que os rebeldes atacaram recentemente "alvos civis" para depois acusar o governo de Damasco. Os insurgentes, no entanto, não dispõem de aviões.

A Rússia também negou que qualquer avião do país ou da Síria tenha sobrevoado na quinta-feira a região do campo de refugiados.

"Nenhum avião russo ou qualquer outro sobrevoou a área", afirmou o porta-voz do ministério russo da Defesa, Igor Konashenkov, antes de destacar que o campo de deslocados poderia ter sido alvo de um ataque "premeditado ou acidental de artilharia" dos jihadistas da Frente Al-Nosra.

Os rebeldes sírios acusam a aviação do regime de Damasco de ser responsável pelo bombardeio.

Os vídeos divulgados na internet por militantes - apresentados como imagens da tragédia - mostram barracas azuis destruídas, em chamas, em meio a gritos de adultos e choro de crianças.

"Que Deus os amaldiçoe"

"Que Deus os amaldiçoe", grita uma pessoa em um dos vídeos.

"Onde estão as ONGs?", questiona outro.

Muitos voluntários correram para tentar apagar as chamas no campo devastado. Nas imagens também é possível observar os feridos, incluindo muitas mulheres, gritando de dor.

Em outro vídeo, equipes de emergência colocam cobertores sobre os corpos carbonizados. Várias vítimas perderam membros e as cenas são fortes.

"Os bombardeios são um crime de guerra", anunciou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos.

"Estes acampamentos de barracas estão instalados nesta área há várias semanas e podem ser observados com facilidade. É extremamente improvável que os ataques tenham sido acidentais. É muito mais provável que tenham sido deliberados e constituam um crime de guerra", afirmou Zeid Ra'ad Al Hussein em um comunicado.

A diplomacia britânica se declarou "horrorizada" com o ataque, que atribuiu ao regime de Assad.

Stephen O'Brien, secretário da ONU para Assuntos Humanitários, concordou que o ataque "pode constituir um crime de guerra" e pediu uma investigação imediata.

A União Europeia chamou o ataque de "inaceitável" e o governo dos Estados Unidos afirmou que, embora não esteja confirmada a autoria do regime sírio no bombardeio, este corresponde "totalmente" a suas operações anteriores.

A guerra na Síria, que desde 2011 provocou mais de 270.000 morte, forçou milhões de pessoas a fugir, o que provocou uma tragédia humanitário que tem consequências inclusive na Europa.

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