Envenenamento em Arafat merece investigação, dizem peritos
Segundo peritos, exames indicaram resultados consistentes com envenenamento por polônio e isso deveria levar a uma investigação judicial
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2013 às 18h08.
Lausanne - Os exames feitos nos restos mortais do líder palestino Yasser Arafat indicaram resultados consistentes com envenenamento por polônio e isso deveria levar a uma investigação judicial, mesmo que os testes não provem conclusivamente que essa foi a causa da morte , disseram dois peritos suíços nesta quinta-feira.
Eles participaram de uma equipe internacional que em novembro passado abriu o caixão de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, para recolher amostras que pudessem elucidar a tese de contaminação radiativa. Os resultados foram divulgados na quarta-feira.
"Nossas observações são coerentes com uma hipótese de envenenamento, de todo modo mais consistentes do que com a hipótese contrária (de não envenenamento)", disse em entrevista coletiva o diretor do centro de medicina legal do Hospital Universitário de Lausanne, Patrice Mangin.
Segundo ele, as possibilidades de investigação forense foram esgotadas, mas ainda assim restam dúvidas. As amostras biológicas recolhidas do corpo de Arafat na época de sua morte, ocorrida em novembro de 2004 em um hospital da França, já foram destruídas.
"A dúvida é suficiente para induzir a mais investigações, mas em um nível judicial, abrir um inquérito para examinar outros tipos de indícios, não mensurações, mas contatos entre os palestinos e outras pessoas", disse Mangin à Reuters. "Do meu ponto de vista, os indícios estão mais no país onde o presidente Arafat estava vivendo." O diretor do Instituto de Física Radiativa do instituto, François Bochud, disse que os indícios não são conclusivos.
"Podemos dizer com certeza que o polônio foi a causa da morte do presidente Arafat? Infelizmente para vocês que querem uma resposta claramente definida, a resposta é não. Ou seja, nosso estudo não nos permitiu demonstrar categoricamente a hipótese de envenenamento por polônio." Bochud disse à Reuters: "Não podemos dizer quanto polônio foi realmente ingerido, apenas que nossas observações são compatíveis com a hipótese do envenenamento." Arafat morreu em um hospital francês em novembro de 2004, quatro semanas depois de adoecer após uma refeição, apresentando vômitos e dores abdominais.
Oficialmente, a morte foi atribuída a um derrame, mas médicos disseram na época que não souberam determinar a origem da doença. Não houve autopsia.
Por conta própria, a viúva dele, Suha, iniciou exames na Suíça em 2012 para tentar determinar se houve envenenamento, e para isso foram examinadas amostras de ossos, cabelo e da mortalha.
O relatório de 108 páginas foi apresentado na terça-feira em uma reunião secreta em um hotel de Genebra para representantes de Suha e da Autoridade Palestina, que encomendaram o estudo e dividiram os custos igualmente.
O texto abriu "os portões do inferno", segundo relato à Reuters de uma pessoa presente. "Estamos revelando um verdadeiro crime, um assassinato político. Está cientificamente provado que ele não morreu de morte natural", disse Suha à Reuters em Paris.
O relatório foi divulgado na íntegra pelo site do canal de TV árabe Al Jazeera.
Lausanne - Os exames feitos nos restos mortais do líder palestino Yasser Arafat indicaram resultados consistentes com envenenamento por polônio e isso deveria levar a uma investigação judicial, mesmo que os testes não provem conclusivamente que essa foi a causa da morte , disseram dois peritos suíços nesta quinta-feira.
Eles participaram de uma equipe internacional que em novembro passado abriu o caixão de Arafat em Ramallah, na Cisjordânia, para recolher amostras que pudessem elucidar a tese de contaminação radiativa. Os resultados foram divulgados na quarta-feira.
"Nossas observações são coerentes com uma hipótese de envenenamento, de todo modo mais consistentes do que com a hipótese contrária (de não envenenamento)", disse em entrevista coletiva o diretor do centro de medicina legal do Hospital Universitário de Lausanne, Patrice Mangin.
Segundo ele, as possibilidades de investigação forense foram esgotadas, mas ainda assim restam dúvidas. As amostras biológicas recolhidas do corpo de Arafat na época de sua morte, ocorrida em novembro de 2004 em um hospital da França, já foram destruídas.
"A dúvida é suficiente para induzir a mais investigações, mas em um nível judicial, abrir um inquérito para examinar outros tipos de indícios, não mensurações, mas contatos entre os palestinos e outras pessoas", disse Mangin à Reuters. "Do meu ponto de vista, os indícios estão mais no país onde o presidente Arafat estava vivendo." O diretor do Instituto de Física Radiativa do instituto, François Bochud, disse que os indícios não são conclusivos.
"Podemos dizer com certeza que o polônio foi a causa da morte do presidente Arafat? Infelizmente para vocês que querem uma resposta claramente definida, a resposta é não. Ou seja, nosso estudo não nos permitiu demonstrar categoricamente a hipótese de envenenamento por polônio." Bochud disse à Reuters: "Não podemos dizer quanto polônio foi realmente ingerido, apenas que nossas observações são compatíveis com a hipótese do envenenamento." Arafat morreu em um hospital francês em novembro de 2004, quatro semanas depois de adoecer após uma refeição, apresentando vômitos e dores abdominais.
Oficialmente, a morte foi atribuída a um derrame, mas médicos disseram na época que não souberam determinar a origem da doença. Não houve autopsia.
Por conta própria, a viúva dele, Suha, iniciou exames na Suíça em 2012 para tentar determinar se houve envenenamento, e para isso foram examinadas amostras de ossos, cabelo e da mortalha.
O relatório de 108 páginas foi apresentado na terça-feira em uma reunião secreta em um hotel de Genebra para representantes de Suha e da Autoridade Palestina, que encomendaram o estudo e dividiram os custos igualmente.
O texto abriu "os portões do inferno", segundo relato à Reuters de uma pessoa presente. "Estamos revelando um verdadeiro crime, um assassinato político. Está cientificamente provado que ele não morreu de morte natural", disse Suha à Reuters em Paris.
O relatório foi divulgado na íntegra pelo site do canal de TV árabe Al Jazeera.