Índia ultrapassa México e se torna 3º país com mais mortes por covid-19 (Sumit Dayal/Bloomberg/Getty Images)
AFP
Publicado em 4 de maio de 2021 às 08h21.
A Índia superou nesta terça-feira (4) a marca de 222 mil mortes por covid-19 e o cenário no país é cada vez mais preocupante, com o sistema de saúde asfixiado.
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O gigante asiático registrou nas últimas 24 horas 357.229 novos casos e 3.449 mortes, o que eleva o balanço total a 20,3 milhões de contagiados e 222.408 vítimas fatais, segundo o ministério da Saúde. Com isso, a Índia superou o México e se tornou o terceiro país com maior número de mortes de covid-19 no mundo.
Na Índia, que sofre com uma onda de contágios de uma nova variante do vírus, atribuída por especialistas aos grandes encontros religiosos e à inércia do governo do primeiro-ministro nacionalista Narendra Modi, os hospitais estão em colapso, com falta de oxigênio, remédios e leitos, apesar dos esforços da comunidade internacional para ajudar o país.
"Trabalhamos muito duro, mas não podemos salvar a todos", disse Swadha Prasad, de 17 anos, que trabalha como voluntário em Nova Délhi verificando a disponibilidade de leitos e remédios, além de atender ligações de pessoas desesperadas em busca de ajuda para os familiares.
E na Austrália, o medo disparou: milhares de cidadãos do país estão retidos na Índia, depois que Canberra proibiu a entrada em seu território de pessoas procedentes do gigante asiático, incluindo australiano.
"Sangue em suas mãos primeiro-ministro. Como ousa nos tratar assim?", tuitou o comentarista e ex-astro do críquete Michael Slater, que chamou a decisão do governo australiano de "vergonha".
"Se o nosso governo se importasse com a segurança dos australianos nos permitiria retornar para casa", completou.
Quase 9.000 australianos estão na Índia, incluindo algumas figuras do esporte, em particular jogadores de críquete que disputam a lucrativa liga indiana.
O governo australiano advertiu no sábado que os cidadãos do país que retornassem da Índia em voos com escala poderiam correr o risco de penas de cinco anos de prisão.
O primeiro-ministro Scott Morrison recuou na ideia de detenções, mas manteve a decisão de proibir a entrada e pessoas procedentes da Índia. "Vou proteger nossas fronteiras durante este período", disse.