Mundo

Índia se recusa a assinar tratado contra armas nucleares

"A Índia não pode fazer parte do tratado e não deverá estar sujeita a nenhuma das obrigações que possam resultar dele", declarou porta-voz

Índia: o porta-voz defendeu a adoção de um processo gradual de desarmamento (Simon Cross/Getty Images)

Índia: o porta-voz defendeu a adoção de um processo gradual de desarmamento (Simon Cross/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 18 de julho de 2017 às 21h40.

Nova Délhi - O governo da Índia afirmou nesta terça-feira que não assinará o primeiro tratado global para proibir as armas nucleares, aprovado há dez dias por 122 países, por considerar que o acordo não se traduz no direito internacional consuetudinário.

"A Índia não pode fazer parte do tratado e não deverá estar sujeita a nenhuma das obrigações que possam resultar dele. A Índia acredita que este tratado não constitui nem contribui de forma alguma para o desenvolvimento de nenhum direito consuetudinário internacional", declarou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Gopal Baglay.

O direito consuetudinário estabelece que uma norma deve ser cumprida mesmo que não esteja referendada em nenhuma lei porque sua aplicação se tornou um costume com o tempo.

Em vez do tratado de proibição, o porta-voz defendeu a adoção de um processo gradual de desarmamento que esteja amparado por um marco "não discriminatório", de acordo com um comunicado de seu departamento.

"A Índia apoia o início das negociações sobre uma Convenção de Armas Nucleares extensas durante a Conferência de Desarmamento, que é o único foro multilateral do mundo para o desarmamento nuclear que trabalha com base no consenso", diz a nota.

O país não participou das negociações que levaram à aprovação do tratado no dia 7 de julho, nas Nações Unidas, e que também foi boicotado pelas outras potências nucleares.

No tratado, os signatários se comprometem a não desenvolver, adquirir, armazenar, usar ou ameaçar com armas nucleares ou outros dispositivos explosivos nucleares.

Em setembro será aberta a assinatura dos Estados-membros e o acordo entrará em vigor uma vez que 50 países completem o processo de ratificação.

A Índia mantém há anos uma corrida armamentista com o vizinho Paquistão, que possui armas nucleares e também se absteve de assinar o tratado, e disputa vários territórios com a China.

Acompanhe tudo sobre:Armas nuclearesConselho de Segurança da ONUÍndiaONU

Mais de Mundo

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA

Juiz de Nova York adia em 1 semana decisão sobre anulação da condenação de Trump

Parlamento russo aprova lei que proíbe 'propaganda' de estilo de vida sem filhos