Mulheres durante protesto contra o aumento da violência sexual no norte do estado indiano, em Nova Déli (Adnan Abidi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2014 às 13h10.
Lucknow, Índia - A polícia usou canhões de água para dispersar centenas de mulheres que protestavam nesta segunda-feira contra o aumento da violência sexual no norte do estado indiano onde duas adolescentes foram estupradas e mortas na semana passada.
Em Lucknow, os manifestantes protestavam do lado de fora do escritório do ministro-chefe do estado de Uttar Pradesh, Akhilesh Yadav, exigindo que ele reprima os casos de estupros e os ataques contra mulheres e meninas.
Centenas de policiais, incluindo policiais mulheres, entraram em confronto com os manifestantes antes de começar a dispersá-los com canhões de água. Os manifestantes também exigiram que o governo iniba a indiferença das autoridades, que, segundo os ativistas, encoraja ataques contra mulheres.
A polícia não tomou qualquer atitude quando o pai de uma das garotas relatou às autoridades que as duas primas estavam desaparecidas. Dois policiais foram demitidos por abandono do dever, depois de as meninas terem sido encontradas mortas.
O pai da outra menina disse que a polícia demorou mais de 12 horas para responder ao pedido para resgatar as meninas. Ele disse que se a polícia agisse prontamente, elas poderiam ter sido salvas.
Yadav recomendou uma investigação federal, mas seu governo tem sido amplamente acusado de uma abordagem indiferente para com a segurança das mulheres.
A Índia tem uma longa história de tolerância com a violência sexual, mas o ataque contra as meninas causou indignação em todo o país. Ativistas alegam que nada mudou desde dezembro de 2012, quando ocorreu o fatal estupro coletivo de uma mulher de 23 anos a bordo de um ônibus em Nova Délhi, capital da Índia.
O parlamento aprovou uma lei que dobra para 20 anos as penas de prisão para os violadores e que passa a criminalizar o voyeurismo, a perseguição e o tráfico de mulheres. A lei também penaliza os oficiais de polícia que se recusam a registrar ocorrências relativas a esses casos.