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Incêndios florestais em Portugal causaram sete mortes e destruíram 10 mil hectares

País mobilizou 3.700 bombeiros para tentar controlar as chamas

Pessoas observam os combates ao incêndio em Aveiro, Portugal, em 17 de setembro de 2024 (Levi Fernandes/AFP)

Pessoas observam os combates ao incêndio em Aveiro, Portugal, em 17 de setembro de 2024 (Levi Fernandes/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 13h40.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 13h50.

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Portugal mobilizou mais de 3.700 bombeiros nesta terça-feira, 17, depois de pedir a outros países europeus na segunda-feira, 16, para controlar os incêndios que destruíram em três dias mais superfície que todos os incidentes registrados durante o verão, segundo um balanço da proteção civil.

"Tivemos muito medo", diz com lágrimas nos olhos a aposentada Maria Ribeiro, que vive em Albergaria-a-Velha, área de Portugal ameaçada pelos vastos incêndios florestais que deixaram sete mortos e que destruíram cerca de 10.000 hectares.

Os maiores incêndios atingiram a região de Aveiro e foram especialmente destrutivos em vilarejos próximos ao município de Albergaria-a-Velha. "Queimaram todas as minhas terras (...) tive a sorte que minha casa não foi atingida", relatou em lágrimas Ribeiro, de 82 anos.

Em todo o país, há quase 50 focos ativos e cerca de 1.000 veículos mobilizados, além de vinte aviões e helicópteros. Desde que as autoridades pediram ajuda aos países do entorno, os Canadair enviados pela Espanha se somaram ao dispositivo e, durante o dia, se espera a chegada de ajuda da França, Itália e Grécia.

O comandante nacional de proteção civil, André Fernandes, atualizou o balanço de mortos. "Lamentamos a morte de três bombeiros, duas mulheres e um homem, presos nas chamas enquanto lutavam contra um incêndio perto de Nelas, na região de Viseu, no norte".

Um brasileiro de 28 anos que trabalhava para uma empresa florestal em Albergaria-a-Velha morreu na segunda-feira. Outras duas pessoas morreram após sofrer crises cardíacas e um bombeiro voluntário que lutava contra os incêndios perto de Oliveira de Azeméis morreu no domingo durante o descanso dos trabalhos para combater as chamas.

Maria do Carmo Carvalho, de 70 anos, esperava impaciente a chegada dos serviços de emergência. "Nunca vi nada parecido", afirmou com os olhos irritados pela fumaça, após ter tentado lutar contra as chamas na segunda-feira com a ajuda de sua família para salvar suas aves de curral.

As chamas se propagaram muito rápido estimuladas pelos fortes ventos e por temperaturas de mais de 30ºC e deixaram um rastro de árvores carbonizadas, arbustos queimados e o chão manchado de preto.

País em alerta

O país está em alerta máximo pelos incêndios desde o fim de semana, mas a situação se agravou na segunda-feira e os incêndios deixaram pelo menos 40 feridos, entre eles 33 bombeiros, segundo o último balanço das autoridades.

Os habitantes do povoado afirmam que não haviam visto um incêndio dessa magnitude em mais de 20 anos. "Me refugiei em minha casa. Nunca vi nada parecido. O fogo cercou o povoado e os aviões não conseguiam voar devido à fumaça", relatou Maria Fátima, de 67 anos.

Especialistas indicam que o aumento das ondas de calor, assim como sua crescente duração e intensidade, são consequências da mudança climática. A Península Ibérica é uma das regiões mais afetadas pelo aquecimento global, e as canículas e a seca favorecem a propagação de incêndios.

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