Exame Logo

Incêndio em ferry na Itália deixa oito mortos

"Às 14h50 (10h50, horário de Brasília), o comandante Argilio Giacomazzi abandonou o barco", informou a Guarda-Costeira italiana em sua conta no Twitter

Ferry na Itália: acidente deixou oito mortos, cujos corpos foram recolhidos no Mar Adriático (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 14h53.

Oito pessoas morreram no incêndio do ferry "Norman Atlantic", que foi completamente evacuado nesta segunda-feira, depois de seu comandante ser o último a deixar o barco.

"Às 14h50 (10h50, horário de Brasília), o comandante Argilio Giacomazzi abandonou o barco", informou a Guarda-Costeira italiana em sua conta no Twitter.

Há quase três anos, outro comandante italiano, Francesco Schettino, demostrou menos valentia ao abandonar seu barco, o "Costa Concordia", com dezenas de passageiros no navio.

As operações de resgate do ferry, que começaram no domingo, depois de um incêndio, foram concluídas com a saída do comandante, de 62 anos.

Por mais de 24 horas, autoridades marítimas italianas, gregas e albanesas tentaram evacuar passageiros e membros da tripulação.

O acidente deixou oito mortos, cujos corpos foram recolhidos no Mar Adriático.

As equipes de resgate estavam, desde domingo pela manhã, em uma corrida contra o tempo para salvar as 478 pessoas a bordo, que ficaram durante 34 horas no convés do ferry, sob um vento glacial e uma fumaça espessa que dificultou o trabalho dos socorristas.

Cerca de 50 passageiros resgatados chegaram nesta segunda-feira de manhã a Bari (sudeste da Itália), visivelmente esgotados, a bordo do navio "Spirit of Piraeus", de bandeira de Cingapura, segundo as autoridades italianas.

"A situação é boa para esses sobreviventes, na maioria gregos, entre eles quatro crianças e uma mulher grávida", disse o prefeito de Bari, Antonio Nunziante.

"Choraram e abraçaram seus salvadores", explicou aos jornalistas reunidos no porto.

Outros passageiros, cerca de 70, foram levados à Grécia.

Forte cheiro de queimado

Em Bari, uma das passageiras se mostrou muito crítica em relação à tripulação.

Procurada pelo canal italiano SKYTG24, denunciou a "evidente falta de preparo da tripulação" e lamentou que tenha sido impossível levar os botes para a água.

Fotis Tsantakidis, motorista de caminhão, contou ao jornal grego que acordou com o forte cheiro de queimado.

"Saí correndo. Busquei um colete salva-vidas, mas não encontrei nenhum", explicou, acrescentando que conseguiu embarcar no "Spirit of Piraeus" apesar da ressaca.

"Um italiano caiu na água nesse momento, mas, felizmente, usava colete salva-vidas", recordou.

Um passageiro grego não teve a mesma sorte. Após cair na água com a mulher, permaneceu por quatro horas ao seu lado. A mulher contou seu drama à agência italiana Ansa.

"Vi meu marido morrer"

"Vi meu marido morrer. Tentei salvá-lo, mas não consegui", desabafou no hospital de Lecce (sudeste da Itália), para onde foi levada após o resgate.

A maioria dos sobreviventes saíram ilesos do incêndio, mas sofreram de hipotermia e problemas respiratórios, segundo os socorristas entrevistados pelos veículos italianos.

Roma mobilizou quatro rebocadores com o objetivo de estabilizar o "Norman Atlantic", de 186 metros de comprimento.

Agora que terminou a evacuação, ele deve ser rebocado até Brindisi, na Itália. O barco também poderia ser deslocado à Albânia, caso fosse necessário.

O fogo aconteceu na madrugada de domingo, na área reservada aos veículos, assolada por fortes ventos e ondas

. Os passageiros, muitos deles italianos e turcos, haviam partido do porto grego de Patras (sudoeste) rumo a Ancona (leste da Itália).

"A noite será longa", disse em um tuíte na noite de domingo o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

A companhia grega Anek fretou este ferry, de bandeira italiana e construído em 2009, que havia passado com êxito por uma inspeção em 19 de dezembro.

Segundo o armador italiano, havia sido detectado um problema em uma das portas corta-fogo situada na ponte número 5, precisamente onde o incêndio foi declarado, indicou o grupo Visenti, citado pela agência Ansa.

A bordo, viajavam principalmente gregos (268), turcos (54), italianos (44), albaneses (22), alemães (18), suíços (10) e franceses (10), mas também havia russos, austríacos, britânicos e holandeses.

"Todos estamos na ponte, estamos molhados, temos frio, tossimos por causa da fumaça, há mulheres, crianças e idosos", havia indicado com voz cansada Giorgos Styliaras, um dos passageiros interrogados por telefone pelos meios de comunicação gregos.

Veja também

Oito pessoas morreram no incêndio do ferry "Norman Atlantic", que foi completamente evacuado nesta segunda-feira, depois de seu comandante ser o último a deixar o barco.

"Às 14h50 (10h50, horário de Brasília), o comandante Argilio Giacomazzi abandonou o barco", informou a Guarda-Costeira italiana em sua conta no Twitter.

Há quase três anos, outro comandante italiano, Francesco Schettino, demostrou menos valentia ao abandonar seu barco, o "Costa Concordia", com dezenas de passageiros no navio.

As operações de resgate do ferry, que começaram no domingo, depois de um incêndio, foram concluídas com a saída do comandante, de 62 anos.

Por mais de 24 horas, autoridades marítimas italianas, gregas e albanesas tentaram evacuar passageiros e membros da tripulação.

O acidente deixou oito mortos, cujos corpos foram recolhidos no Mar Adriático.

As equipes de resgate estavam, desde domingo pela manhã, em uma corrida contra o tempo para salvar as 478 pessoas a bordo, que ficaram durante 34 horas no convés do ferry, sob um vento glacial e uma fumaça espessa que dificultou o trabalho dos socorristas.

Cerca de 50 passageiros resgatados chegaram nesta segunda-feira de manhã a Bari (sudeste da Itália), visivelmente esgotados, a bordo do navio "Spirit of Piraeus", de bandeira de Cingapura, segundo as autoridades italianas.

"A situação é boa para esses sobreviventes, na maioria gregos, entre eles quatro crianças e uma mulher grávida", disse o prefeito de Bari, Antonio Nunziante.

"Choraram e abraçaram seus salvadores", explicou aos jornalistas reunidos no porto.

Outros passageiros, cerca de 70, foram levados à Grécia.

Forte cheiro de queimado

Em Bari, uma das passageiras se mostrou muito crítica em relação à tripulação.

Procurada pelo canal italiano SKYTG24, denunciou a "evidente falta de preparo da tripulação" e lamentou que tenha sido impossível levar os botes para a água.

Fotis Tsantakidis, motorista de caminhão, contou ao jornal grego que acordou com o forte cheiro de queimado.

"Saí correndo. Busquei um colete salva-vidas, mas não encontrei nenhum", explicou, acrescentando que conseguiu embarcar no "Spirit of Piraeus" apesar da ressaca.

"Um italiano caiu na água nesse momento, mas, felizmente, usava colete salva-vidas", recordou.

Um passageiro grego não teve a mesma sorte. Após cair na água com a mulher, permaneceu por quatro horas ao seu lado. A mulher contou seu drama à agência italiana Ansa.

"Vi meu marido morrer"

"Vi meu marido morrer. Tentei salvá-lo, mas não consegui", desabafou no hospital de Lecce (sudeste da Itália), para onde foi levada após o resgate.

A maioria dos sobreviventes saíram ilesos do incêndio, mas sofreram de hipotermia e problemas respiratórios, segundo os socorristas entrevistados pelos veículos italianos.

Roma mobilizou quatro rebocadores com o objetivo de estabilizar o "Norman Atlantic", de 186 metros de comprimento.

Agora que terminou a evacuação, ele deve ser rebocado até Brindisi, na Itália. O barco também poderia ser deslocado à Albânia, caso fosse necessário.

O fogo aconteceu na madrugada de domingo, na área reservada aos veículos, assolada por fortes ventos e ondas

. Os passageiros, muitos deles italianos e turcos, haviam partido do porto grego de Patras (sudoeste) rumo a Ancona (leste da Itália).

"A noite será longa", disse em um tuíte na noite de domingo o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

A companhia grega Anek fretou este ferry, de bandeira italiana e construído em 2009, que havia passado com êxito por uma inspeção em 19 de dezembro.

Segundo o armador italiano, havia sido detectado um problema em uma das portas corta-fogo situada na ponte número 5, precisamente onde o incêndio foi declarado, indicou o grupo Visenti, citado pela agência Ansa.

A bordo, viajavam principalmente gregos (268), turcos (54), italianos (44), albaneses (22), alemães (18), suíços (10) e franceses (10), mas também havia russos, austríacos, britânicos e holandeses.

"Todos estamos na ponte, estamos molhados, temos frio, tossimos por causa da fumaça, há mulheres, crianças e idosos", havia indicado com voz cansada Giorgos Styliaras, um dos passageiros interrogados por telefone pelos meios de comunicação gregos.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-barcoEuropaIncêndiosItáliaMortesNaviosPaíses ricosPiigsTransportes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame