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Incêndio deixa 31 mortos em abrigo infantil na Guatemala

Uma das hipóteses é que o incêndio tenha sido provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de humilhação

Incêndio: o centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800 (Saul Martinez/Reuters)

Incêndio: o centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800 (Saul Martinez/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de março de 2017 às 15h39.

Última atualização em 9 de março de 2017 às 14h59.

O número de adolescentes mortas em um incêndio em um abrigo para menores na Guatemala aumentou para 31 nesta quinta-feira, após a morte, de madrugada, de nove meninas que estavam internadas, informaram fontes sanitárias.

De acordo com a assessoria de imprensa dos hospitais San Juan de Dios e Roosevelt, as sete menores faleceram pela gravidade das queimaduras que sofreram após o acidente de quarta-feira no Lar Seguro Virgem de Assunção, em San José Pinula, a 10 km da capital.

O incêndio pode ter sido provocado pelas próprias internas para denunciar abusos sexuais e outras formas de humilhação, segundo uma das hipóteses levantada pela Procuradoria dos Direitos Humanos.

Das 31 falecidas, 19 morreram queimadas no incêndio, e as demais em centros assistenciais, segundo as autoridades.

Como sinal de repúdio pelo fato e para denunciar uma suposta negligência das autoridades, nesta quinta-feira um grupo de ativistas de direitos humanos jogou carvão e colocou bonecas em frente à Casa Presidencial.

"Como não puderam perceber para poder salvá-las a tempo se a fumaça é vista rapidamente", disse à AFP, no necrotério de Ciudad de Guatemala, o tio de uma menor de 15 anos falecida e identificada com testes de DNA e originária do departamento oriental de Jutiapa, fronteiriço com El Salvador.

Segundo versões preliminares, na noite de terça-feira, horas antes do incêndio de quarta, um grupo de jovens tentou fugir após denúncias de abusos e maus-tratos, e ao menos 19 conseguiram escapar.

O abrigo - administrado pela Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência - é alvo há tempos de um escândalo por denúncias de abusos sexuais contra os internos.

O local abriga, por ordem judicial, menores de 18 anos vítimas de violência doméstica, de algum delito ou que foram resgatados das ruas, entre outros motivos.

O centro tem capacidade para 400 menores, mas abriga 800.

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