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Imprensa iraniana tem reação contraditória com novo governo

Imprensa reformista e moderada elogiou o novo governo, enquanto jornais conservadores criticaram presença de alguns

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani: "Os homens de Rohani" ou "Os homens chaves de Rohani": estas são as manchetes dos jornais reformistas e moderados, que publicam fotos dos 18 membros do novo governo (Behrouz Mehri/AFP)

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani: "Os homens de Rohani" ou "Os homens chaves de Rohani": estas são as manchetes dos jornais reformistas e moderados, que publicam fotos dos 18 membros do novo governo (Behrouz Mehri/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 09h31.

Teerã - A imprensa reformista e moderada iraniana elogiou de maneira unânime a formação do novo governo apresentado no domingo pelo presidente Hassan Rohani, enquanto os jornais conservadores do país criticam a presença de alguns "indivíduos com má reputação" política.

"Os homens de Rohani" ou "Os homens chaves de Rohani": estas são as manchetes dos jornais reformistas e moderados, que publicam fotos dos 18 membros do novo governo, que devem obter individualmente um voto de confiança do Parlamento na próxima semana.

"Acredito que todos os membros do governo receberão o voto de confiança. A equipe econômica de Rohani é forte, competente e, sobretudo, coordenada. O Parlamento sabe que uma equipe forte e unido poderá enfrentar os problemas econômicos e cotidianos do povo", afirma Ahmad Joram, ex-ministro reformista, em um artigo publicado no jornal Arman.

Para o diário reformista, o novo governo foi recebido com uma dupla reação de "satisfação e insatisfação".

"O novo governo Rohani é um governo não partidário e moderado. Rohani não queria apresentar um governo 100% satisfatório para uma tendência política, gerando a insatisfação de 100% de outras tendências", afirma o jornal em um editorial.

Mas Hosein Shariatmadari, diretor de um jornal ultraconservador, critica abertamente Bijan Namdar Zanganeh, nomeado para o ministério do Petróleo, e outros "indivíduos com má reputação" política.

No momento em que o Irã está submetido a fortes sanções internacionais por seu programa nuclear, o novo ministro terá que desenvolver a indústria petroleira e de gás, que precisa de grandes investimentos, e aumentar as exportações.

No último ano, as sanções reduziram em mais de 50% a arrecadação com petróleo do país.


Zanganeh ocupou o mesmo cargo durante a presidência do reformista Mohamad Khatami entre 1997 e 2005, período durante o qual desenvolveu boas relações com os membros da Opep.

Ex-embaixador do Irã na ONU (2002-2007), Mohamad Javad Zarif, assume a pasta das Relações Exteriores. Figura moderada e respeitada, Zarif teve um papel importante nas negociações nucleares entre 2003 e 2005.

Zarif e outros membros do próximo gabinete estudaram nos Estados Unidos e Grã-Bretanha. Rohani obteve um doutorado em Direito Constitucional na Universidade de Glasgow, no Reino Unido.

Outro nome do novo governo é o de Ali Khanati, filho do muito conservador aiatolá Ahmad Khanati, diretor do Conselho de Guardiães da Constituição, responsável por verificar a conformidade das leis com a Constituição e a sharia, a lei islâmica.

O portal de notícias conservador Jahannews critica a idade média do ministério - 58 anos -, "o mais velho" desde a revolução islâmica de 1979.

O gabinete ministerial do novo governo iraniano não conta com nenhuma mulher, mas o tema praticamente não foi abordado pela imprensa de Teerã.

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