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Imigrantes têm impacto fiscal positivo em países, diz OCDE

Secretárip-geral afirmou que "os imigrantes são um recurso, não um problema", mas reconheceu que integração é desafio para os países-membros da organização


	Secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría: "o impacto fiscal da imigração é positivo"
 (Ruben Sprich/Reuters)

Secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría: "o impacto fiscal da imigração é positivo" (Ruben Sprich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 11h21.

Paris - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmou nesta segunda-feira que os imigrantes têm um impacto fiscal positivo nos países receptores, o que foi uma resposta às medidas restritivas do Reino Unido para evitar que outros cidadãos europeus se beneficiem de seu sistema social.

"O impacto fiscal da imigração é positivo" para a totalidade dos países examinados, disse o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, na apresentação do relatório anual sobre migrações da organização.

Gurría afirmou que "os imigrantes são um recurso, não um problema", mas reconheceu que sua integração é um desafio para os países-membros da organização e uma questão que deve ser debatida por meio de "um diálogo necessário entre os governos e as populações".

O comissário europeu de Interior, Dimitris Avramopoulos, afirmou que é preciso "mudar a narrativa da imigração", entre outras coisas porque os Estados da União Europeia estão experimentando um envelhecimento demográfico que vai representar a perda de 15 milhões de pessoas entre 2010 e 2020.

Após indicar que 20 milhões de imigrantes de terceiros países vivem na UE em situação legal, o que significa 4% da população, Avramopoulos disse que não é possível desconsiderar que existe uma economia relacionada aos imigrantes ilegais.

Segundo os autores do estudo da OCDE, em 2013 houve, pela primeira vez desde 2007 e a explosão da crise financeira, um aumento do número de entradas de imigrantes permanentes no que se conhece como o mundo desenvolvido.

Concretamente, houve um aumento de 1,1%, até 3.824.000 pessoas, frente à queda 0,8% em 2012.

Uma das razões dessa mudança é a Alemanha, que nos últimos anos se transformou no segundo Estado pelo número de imigrantes que vivem em seu território, só atrás dos Estados Unidos.

Em 2012, Alemanha recebeu 399.900 imigrantes permanentes, e no ano seguinte superou a marca dos 400 mil, frente aos 201.500 que tinham chegado em 2009.

Em termos gerais, os movimentos migratórios dentro do espaço de livre circulação europeia seguiram subindo, com um mais que significativo salto de 10% em 2012.

O Reino Unido se transformou no terceiro receptor da UE, com uma alta de 2% em 2013 ante o ano anterior, até 291 mil pessoas, embora esse número continue sendo inferior aos 343.300 de 2007, antes da explosão da crise.

Os Estados Unidos tiveram uma queda de 4% em 2013 com 989.900, após a baixa 2% do período 2007-2012. Gurría ressaltou o apoio da OCDE à reforma da imigração que o presidente americano, Barack Obama, anunciou em novembro.

No total, os países da OCDE abrigam 115 milhões de estrangeiros, que globalmente supõem em torno de 10% da população total.

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