Exame Logo

Imigrantes cometem menos crimes nos EUA do que americanos

Segundo relatório os imigrantes cometem menos crimes que o resto da população nos Estados Unidos e afirma que "a grande maioria dos imigrantes não é criminosa"

Fronteira entre EUA e México: imigrantes, sem importar seu status migratório, têm menos probabilidade de cometer crimes ou serem presos do que as pessoas nascidas nos EUA (AFP / Frederic J. Brown)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 21h30.

Phoenix  - Os imigrantes comentem menos crimes que o resto da população nos Estados Unidos , mostrou um relatório publicado nesta quarta-feira pelo American Inmigration Council, que detalhou que os mexicanos têm três vezes menos probabilidades de serem presos do que os cidadãos americanos.

O estudo reafirmou que "a grande maioria dos imigrantes não é criminosa", e chamou mais a atenção para a incoerência das polêmicas declarações do pré-candidato à presidência pelo partido republicano, Donald Trump , que disse no lançamento de sua campanha que o México envia aos EUA "drogas, crime e estupros".

Um mexicano entre 18 e 39 anos com formação menor do que bacharelado, tem, por exemplo, menos probabilidade de ser preso do que um homem com as mesmas características nascido nos Estados Unidos, 2,8% e 10,7%, respectivamente.

A diferença é maior ainda quando comparado com imigrantes de El Salvador e Guatemala, ambos com 1,7%.

Os imigrantes, sem importar seu status migratório, têm menos probabilidade de cometer crimes ou serem presos do que as pessoas nascidas no país, enfatizou hoje o centro de estudos em entrevista coletiva telefônica.

"Uma das percepções equivocadas que existem nos Estados Unidos é que os imigrantes cometem mais crimes, as estatísticas comprovam o contrário", explicou Rubén Rumbaut, professor de Sociologia da Universidade da Califórnia em Irvine, um dos autores da pesquisa.

Aproximadamente 1,6% dos imigrantes homens entre 18 e 39 anos estão presos, menos da metade dos 3,3% americanos na mesma faixa, apontou o relatório, que se baseia nos dados do Censo 2010 e na pesquisa American Community Survey, realizada pelo governo.

O estudo apontou que esta tendência também é percebida em cidades consideradas "portas" da imigração, como Miami, na Flórida; Chicago, em Illinois; El Paso e San Antonio, no Texas; e San Diego, na Califórnia.

"Não podemos deixar que os atos de uma só pessoa falem por toda uma comunidade", assegurou a Efe Beth Werlin, diretora do American Immigration Council sobre as palavras do magnata imobiliário e pré-candidato às primárias republicanas.

"O reporte de hoje demonstra que existe evidência, números e análise que demonstram que os imigrantes cometem menos crimes", precisou Werlin.

Os autores trabalharam na elaboração do relatório por mais de um ano e meio, e ressaltaram não se tratar de modo alguma uma resposta direta às declarações feitas por Trump em 16 de junho.

Eles lembraram que se fossem divulgar em relatório desse tipo cada vez que alguém faz declarações como as de Trump teriam que publicá-los com muita frequência.

O estudo enfatizou que as mudanças nas políticas migratórias dos Estados Unidos nos últimos anos buscaram "criminalizar" os imigrantes ilegais.

Walter Ewing, pesquisador do American Immigration Council, explicou que muitos destes imigrantes são deportados por razões diferentes das que a maioria das pessoas nos EUA acredita.

"O crime de muitos deles é ter entrado no país ilegalmente, o que antes era considerado somente uma ofensa civil, mas que agora, graças a programas federais, os imigrantes ilegais são processados e condenados por atravessarem a fronteira de maneira ilegal".

Na análise, intitulada "A criminalização da Imigração nos Estados Unidos", os pesquisadores ressaltaram que as estatísticas mostram que à medida que a imigração aumentou a criminalidade no país diminuiu.

Entre 1990 e 2013 a população imigrante cresceu de 7,9% para 13,1%, enquanto a população indocumentada triplicou de 3,5 milhões a 11,2 milhões.

Durante esse mesmo período, as estatísticas do FBI mostram que os crimes violentos caíram 48%, que incluem ataques agravados, roubo, estupro e assassinato.

Além disso, o roubo de carros e de casas diminuiu 41%.

São Paulo – A Letônia é o país que tem as piores condições para receber imigrantes , segundo o índice MIPEX, produzido em parceira entre o British Council e a organização europeia para políticas de imigração Migration Policy Group, revisado periodicamente. O ranking avaliou países europeus, o Canadá e os Estados Unidos. Recentemente, a pesquisa também incluiu o Japão (que ficou em 29º lugar do ranking) e a Austrália (que figurou em quinto lugar). Foram analisados 33 países no total e, por conta desta metodologia, nenhum país da América Latina apareceu no ranking. O estudo aplicou uma nota de até 100 para sete áreas principais: mobilidade no mercado de trabalho, possibilidade de reunir a família no país, educação, participação do imigrante na política, residência de longo prazo, acesso à nacionalidade e políticas contra discriminação. Nenhuma nação alcançou a nota máxima. Confira nas fotos ao lado e confira os piores países para ser imigrante segundo a classificação geral, além da nota em cada um dos critérios estudados.
  • 2. 33º) Letônia – 31 pontos

    2 /12(Wikimedia Commons)

  • Veja também

    Mobilidade no mercado de trabalho: 36
    Possibilidade de reunir a família: 46
    Residência de longo prazo: 59
    Políticas contra discriminação: 25
    Participação política: 18
    Acesso à nacionalidade: 15
    Educação: 17
  • 3. 32º) Chipre – 35 pontos

    3 /12(Getty Images)

  • Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 39
    Residência de longo prazo: 37
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 25
    Acesso à nacionalidade: 32
    Educação: 33
  • 4. 31º) Eslováquia – 36 pontos

    4 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 21
    Possibilidade de reunir a família: 53
    Residência de longo prazo: 50
    Políticas contra discriminação: 59
    Participação política: 21
    Acesso à nacionalidade: 27
    Educação: 24
  • 5. 30º) Malta – 37 pontos

    5 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 43
    Possibilidade de reunir a família:
    48
    Residência de longo prazo:
    64
    Políticas contra discriminação:
    36
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    26
    Educação:
    16
  • 6. 29º) Japão – 38 pontos

    6 /12(Kiyoshi Ota/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 62
    Possibilidade de reunir a família:
    51
    Residência de longo prazo:
    58
    Políticas contra discriminação:
    14
    Participação política:
    27
    Acesso à nacionalidade:
    33
    Educação:
    19
  • 7. 28º) Lituânia – 40 pontos

    7 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 46
    Possibilidade de reunir a família:
    59
    Residência de longo prazo:
    57
    Políticas contra discriminação:
    55
    Participação política:
    25
    Acesso à nacionalidade:
    20
    Educação:
    17
  • 8. 27º) Bulgária – 41 pontos

    8 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 40
    Possibilidade de reunir a família: 51
    Residência de longo prazo: 57
    Políticas contra discriminação: 80
    Participação política: 17
    Acesso à nacionalidade: 24
    Educação: 15
  • 9. 26º) Polônia – 42 pontos

    9 /12(Wikimedia Commons)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 48
    Possibilidade de reunir a família: 67
    Residência de longo prazo: 65
    Políticas contra discriminação: 36
    Participação política: 13
    Acesso à nacionalidade: 35
    Educação: 29
  • 10. 25º) Áustria – 42 pontos

    10 /12(Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 56
    Possibilidade de reunir a família: 41
    Residência de longo prazo: 58
    Políticas contra discriminação: 40
    Participação política: 33
    Acesso à nacionalidade: 22
    Educação: 44
  • 11. 24º) Suíça – 43 pontos

    11 /12(Mike Hewitt/Getty Images)

    Mobilidade no mercado de trabalho: 53
    Possibilidade de reunir a família: 40
    Residência de longo prazo: 41
    Políticas contra discriminação: 31
    Participação política: 59
    Acesso à nacionalidade: 36
    Educação: 45
  • 12. Agora veja a ponta contrária do ranking

    12 /12(Sean Gallup/Getty Images)

  • Acompanhe tudo sobre:CelebridadesDonald TrumpEmpresáriosEstados Unidos (EUA)ImigraçãoPaíses ricos

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame