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Imigrantes anti-Maduro dizem ter medo de serem expulsos da Bolívia

No mês passado, imigrantes venezuelanos foram presos após serem identificados como lideranças de protestos anti-Maduro diante da embaixada cubana em La Paz

Imigrantes venezuelanos aguardam registro antes de entrar no Equador (Daniel Tapia/Reuters)

Imigrantes venezuelanos aguardam registro antes de entrar no Equador (Daniel Tapia/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de abril de 2019 às 16h02.

La Paz — Dezenas de venezuelanos que fugiram para a Bolívia nos últimos meses para escapar dos transtornos econômicos e políticos na Venezuela dizem que temem ser deportados de um dos poucos países da região que ainda apoiam o governo do líder venezuelano, Nicolás Maduro.

No mês passado a polícia prendeu mais de uma dúzia de venezuelanos que foram identificados como lideranças de protestos anti-Maduro diante da embaixada cubana em La Paz. O presidente da Bolívia, o socialista Evo Morales, é aliado de Caracas.

Os manifestantes exigiam o fim do que chamam de interferência em assuntos venezuelanos por parte de Cuba, nação caribenha liderada por um partido comunista que culpam por provocar a crise humanitária da Venezuela.

Os protestos atraíram a atenção da polícia local, que prendeu 14 de seus líderes, disseram manifestantes e grupos de direitos humanos. Seis deles foram deportados e oito foram soltos, segundo o governo boliviano. Cinco fugiram para o Peru por receio de represálias.

"Estou com um pouco de medo de ser expulso, porque eles já expulsaram venezuelanos", disse Nelson, engenheiro civil de 43 anos, à Reuters. Ele pediu que seu sobrenome não fosse relevado para evitar o que disse serem represálias prováveis.

O governo boliviano emitiu um comunicado para explicar a detenção de imigrantes venezuelanos.

"Foi determinado que estes cidadãos não têm ocupação legal ou atividade econômica para (justificar) sua estadia no país", disse o comunicado. "Eles confessaram estar envolvidos em conspiração e participar de atividades políticas que afetam a ordem pública em troca de dinheiro", acrescentou.

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