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Ignorar mudança climática acaba de ficar mais caro

Preço associado a cada tonelada de dióxido de carbono emitido deve subir cerca de 50 por cento

Aquecimento global: governo Obama utilizou esses modelos para produzir o “custo social do carbono” (Getty Images/Getty Images)

Aquecimento global: governo Obama utilizou esses modelos para produzir o “custo social do carbono” (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 11h56.

Se o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, deixar de levar as mudanças climáticas em conta ao formular políticas federais para a energia, a atitude coincidirá com a disparada dos custos relacionados ao clima segundo uma importante projeção.

William Nordhaus, da Universidade de Yale, é figura central do estudo de mudanças climáticas e economia.

No início dos anos 1990 ele desenvolveu aquele que se tornou o principal modelo de computador para o estudo dos efeitos do aquecimento na economia global.

O modelo dinâmico integrado do clima e da economia (DICE, na sigla em inglês) há tempos dá a economistas, estudantes e autoridades focados em recursos naturais uma oportunidade de testar como os diferentes cenários poderiam levar a futuros climáticos muito diferentes.

Nordhaus atualizou o DICE recentemente. E publicou os resultados de um primeiro test-drive nesta semana em um trabalho do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA (NBER, na sigla em inglês) intitulado “Projeções e incertezas sobre mudanças climáticas em uma era de políticas climáticas mínimas”.

Os leitores das manchetes recentes poderiam ser perdoados se presumissem que a “era de políticas climáticas mínimas” é uma referência aos próximos quatro anos.

Mas na verdade, sugere Nordhaus, a era da “política mínima” é a atual. (Nordhaus não foi encontrado para comentar).

As conclusões do trabalho “estão relacionadas principalmente a um mundo sem políticas climáticas, algo razoavelmente preciso para virtualmente todo o globo atualmente”, escreve ele.

“Os resultados mostram o rápido crescimento do acúmulo de CO2, mudanças de temperaturas e danos.”

Mesmo após ajustes pela incerteza, escreve ele, “não há virtualmente nenhuma chance” de os países evitarem que o mundo esquente mais de 2 graus Celsius, o limite máximo para evitar catástrofes em cascata.

Com revisões a métodos e dados no modelo, ele estima que o preço associado a cada tonelada de dióxido de carbono emitido deve ser cerca de 50 por cento superior ao da versão anterior do DICE.

Suas simulações fazem eco das conclusões de análises como o projeto Climate Action Tracker, que sugere que as políticas atuais poderiam levar a um aquecimento médio de 3,6 graus Celsius.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente estima que o mundo precisa reduzir as emissões para cerca de 25 por cento abaixo do projetado em 2030.

A pesquisa é tão importante porque o DICE é um dos três principais “modelos de avaliação integrada” usados pelos governos e pelo setor privado para estimar o custo, em dólares de hoje, dos danos que a mudança climática causará.

O governo Obama utilizou esses modelos para produzir o “custo social do carbono”, ou SCC, na sigla em inglês, base para dezenas de regras federais relacionadas à energia.

O indicador é expressado em dólares por tonelada de dióxido de carbono emitido. A estimativa atual dos EUA é de cerca de US$ 40.

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