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Idoso vai até o Iêmen para salvar filha em meio aos combates

Marroquino de 70 anos empreendeu viagem até Iêmen para buscar a filha que, grávida e com dois filhos, perdeu o marido em uma explosão e não podia deixar o país


	Posto de controle no Iêmen: marroquino teve a ideia de viajar ao Iêmen quando recebeu a notícia de que seu genro tinha morrido
 (Mohammed Huwais/AFP)

Posto de controle no Iêmen: marroquino teve a ideia de viajar ao Iêmen quando recebeu a notícia de que seu genro tinha morrido (Mohammed Huwais/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 12h55.

Rabat - Um marroquino de 70 anos empreendeu uma viagem até Iêmen para buscar a filha que, grávida e com dois filhos, perdeu o marido em uma explosão e não podia deixar a cidade de Dammaj, situada no nordeste do país, por conta dos combates que ocorriam no local.

A história é relatada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que classifica de "comovente" a série de peripércias que Hatem Ben Hammou atravessou para buscar a filha Samira, que estava há cinco anos vivendo em Dammaj.

Hammou teve a ideia de viajar ao Iêmen quando recebeu a notícia de que seu genro tinha morrido por conta dos ferimentos causados pela explosão de um ônibus, e sua filha, que não via há anos, não conseguia voltar ao Marrocos.

"Ela me disse que os combates a impediam de deixar a cidade e eu prometi que iria buscá-la", relata em declarações recolhidas no site do "CIVC", Hammou, aposentado e com nove filhos.

Hammou esperou dois meses até conseguir obter um visto para poder partir de sua cidade natal, Fez, até a província de Saada, no noroeste do Iêmen, onde está situada a cidade de Dammaj.

Uma vez no Iêmen, este marroquino de origem bebere que quase não fala árabe e tinha problemas de comunicação no país, começou a telefonar para a Embaixada do Marrocos no Iêmen e às autoridades para informar que estava ali e não tinha a intenção de deixar o país sem sua filha.

Em 4 de novembro, Hammou ficou sabendo que a Cruz Vermelha tentaria evacuar várias pessoas gravemente feridas, e pediu que colocassem Samira, grávida de seis meses e com duas crianças de um e três anos de idade, na mesma leva.

"Ficarei sentado nesta pedra até que tragam minha filha", disse.

No entanto, no mesmo dia, a prioridade para a Cruz Vermelha eram os feridos, por isso que Hammou teve que ficar esperando.

A organização internacional demorou vários dias para obter as garantias necessárias para a evacuação de Samira e seus dois filhos, sendo os primeiros civis não feridos ao serem tirados de lá.

Em 8 de novembro, Hammou se reencontrou com sua filha e seus dois netos que nunca tinha visto. A família foi enviada em avião até Sanaa, desde onde finalmente retomaram o caminho de volta para casa. 

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