Mossack Fonseca: organização jornalística, com sede em Washington, revelou a base de dados e nela constam os nomes de indivíduos e empresas de mais de 200 países (Carlos Jasso / Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de maio de 2016 às 16h51.
Washington - O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira a base de dados dos chamados Panama Papers, na qual os usuários podem buscar os nomes de quase 214 mil companhias, fundações e fundos que são parte da investigação.
A organização jornalística, com sede em Washington, revelou a base de dados às 14h locais (15h de Brasília), e nela constam os nomes de indivíduos e empresas de mais de 200 países, disse o ICIJ em comunicado.
Segundo o consórcio, que liderou a investigação junto ao jornal alemão "Süddeutsche Zeitung", se trata da "maior revelação de informações da história sobre companhias obscuras secretas e as pessoas que estão por trás delas".
No total, o escândalo abrange mais de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, especializado na gestão de capitais em paraísos fiscais, e afeta mais de 140 políticos e funcionários de alto escalão de todo o mundo, entre eles vários chefes ou ex-chefes de Estado e de governo.
Os documentos da base de dados divulgados hoje se referem a quase 214 mil empresas offshore criadas pela Mossack Fonseca supostamente para a sonegação de impostos de grandes fortunas.
No entanto, ao acessar as informações, que foram disponibilizadas na internet, o ICIJ alertou que as empresas offshore "podem ter usos legítimos" e ressalta que não pretende afirmar que as pessoas ou companhias que aparecem nos documentos descumpriram a lei.
As empresas, fundações e fundos que estão no banco de dados têm sede em 21 paraísos fiscais, que vão desde Hong Kong até as Ilhas Virgens Britânicas, passando pelo estado de Nevada, nos Estados Unidos, indicou o ICIJ em comunicado.
Também aparecem na base de dados os nomes de diferentes personalidades e os cargos que elas ocupavam nas empresas, por exemplo, se eles eram diretores ou acionistas das companhias, assim como o endereço postal que a pessoa envolvida ou seu representante deram a Mossack Fonseca na hora de criar a offshore.
Os Panama Papers, o maior vazamento da história do jornalismo, foram divulgados no último dia 3 de abril e teve importantes consequências políticas, como a renúncia de Sigmundur David Gunnlaugsson como primeiro-ministro da Islândia.