Mundo

Hungria exige renúncia do comissário da ONU que criticou premiê

Zeid Ra'ad al Husseina afirmou que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é "racista" e "xenófobo"

Premiê húngaro: governo de Orbán se opõe taxativamente à imigração e rejeita o sistema de realocação de refugiados nos países comunitários aprovados pela UE (Bernadett Szabo/Reuters)

Premiê húngaro: governo de Orbán se opõe taxativamente à imigração e rejeita o sistema de realocação de refugiados nos países comunitários aprovados pela UE (Bernadett Szabo/Reuters)

E

EFE

Publicado em 7 de março de 2018 às 18h11.

Budapeste - O governo da Hungria reiterou nesta quarta-feira a sua exigência para que o alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad al Hussein, renuncie depois que este confirmou sua afirmação de que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, é "racista" e "xenófobo".

"O alto comissário deveria renunciar", pois "tem se comportado de maneira imprópria para seu cargo, pois é um funcionário internacional, com um magnífico salário que recebe das contribuições dos países-membros, não pode falar assim e lançar uma guerra contra um primeiro-ministro eleito democraticamente", disse o titular húngaro de Relações Exteriores, Péter Szijjártó, segundo a agência "MTI".

O Executivo húngaro, acrescentou, "aceitará o duelo" e não deixará entrar nem um imigrante irregular no país.

Szijjártó já tinha pedido a saída de Zeid, depois que este declarou que "os xenófobos e racistas já não se sentem desconfortáveis na Europa, como é o caso de Viktor Orbán na Hungria".

Em artigo de opinião divulgado por seu escritório em Genebra, o alto comissário admitiu ontem que chamou "o cada vez mais autoritário, mas eleito democraticamente Viktor Orbán, de racista e xenofóbico", mas não o comparou com os ditadores do século XX, como acusou anteriormente o ministro.

"Não, não renunciarei sem demora como reivindica em uma carta o ministro. Porque é hora de enfrentar os fanfarrões da estirpe do senhor Orbán. O ódio é uma força inflamável e não prevalecerá, nem na Europa, nem agora", comentou Zeid.

Hoje Szijjártó reiterou a posição de Budapeste de que é uma competência exclusivamente nacional decidir quem tem permissão para viver no país.

"Ninguém pode estabelecer que sejamos multicoloridos e não aceitamos que, por isso, qualquer pessoa nos tache de racistas", ressaltou Szijjártó.

O governo de Orbán se opõe taxativamente à imigração e rejeita o sistema de realocação de refugiados nos países comunitários aprovados pela União Europeia (UE).

Além disso, sua campanha eleitoral para as legislativas de 8 de abril se concentra em mensagens alarmistas sobre o suposto perigo para a cultura e a segurança da Hungria representado pela chegada de refugiados e imigrantes.

Com intenções de voto girando em torno de 48%, as pesquisas indicam que o partido nacionalista Fidesz de Orbán será reeleito para um terceiro mandato.

Acompanhe tudo sobre:HungriaONURacismo

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos