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Human Rights Watch pede apoio à 'Primavera Árabe' e critica o Brasil

Human Rights diz que o Brasil ainda está ausente no apoio popular às manifestações contra governos autoritários

Egito, um dos protagonistas da Primavera Árabe, precisa de apoio, sobretudo das potências ocidentais e dos países emergentes, dentre eles, o Brasil (Mahmud Hams/AFP)

Egito, um dos protagonistas da Primavera Árabe, precisa de apoio, sobretudo das potências ocidentais e dos países emergentes, dentre eles, o Brasil (Mahmud Hams/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2012 às 15h32.

Cairo - A organização Human Rights Watch (HRW) pediu neste domingo o apoio aos protagonistas da "Primavera Árabe", uma mobilização popular contra regimes autoritários que contava ou ainda conta com a ausência das potências ocidentais e de outros países, entre eles o Brasil.

"Muitas das principais democracias do mundo (...) continuam mantendo uma aliança reticente com os manifestantes, devido à preocupação que significaria colocar estes países de importância vital nas mãos de seus cidadãos", considerou Kenneth Roth, diretor-executivo da HRW, que divulgou neste domingo seu informe mundial sobre direitos humanos em 2011 no Cairo.

Este informe, que aponta que Cuba continua sendo o único país latino-americano qeu reprime qualquer dissidência, que os direitos humanos se deterioraram na Venezuela e que a repressão do crime organizado aumenta a violência no México, foi apresentado na capital egípcia três dias antes do primeiro aniversário do início da mobilização popular contra o então presidente Hosni Mubarak.

"A Primavera Árabe demonstrou que muitas pessoas na região não estavam de acordo na cômoda complacência ocidental com o regime autocrático. Já não estavam dispostas a se submeterem passivamente a governantes que buscavam apenas seu benefício próprio, e começaram a insistir em se converterem em cidadãos de pleno direito em seus países", afirma Roth.

O diretor-executivo da HRW convoca a deixar de lado "a falácia da 'exceção árabe'", que permitiu justificar o apoio a regimes autoritários com o pretexto de manter a estabilidade no Oriente Médio, lutar contra o islamismo ou o "terrorismo" ou garantir o abastecimento de petróleo.


"Por último, o Ocidente, em particular a União Europeia (UE), recorreu aos governos autoritários da região para que ajudassem a frear a imigração", pontua.

"O Ocidente ainda está se ajustando a esta transformação histórica", afirma Roth, que também critica outros países, entre eles o Brasil.

"A resposta à Primavera Árabe de alguns governos democráticos de países meridionais, como Brasil, Índia e África do Sul, foi decepcionante", afirma.

Para Roth, "apesar de terem conquistado governos responsáveis e o império da lei em seus países, estas democracias meridionais demonstraram apenas um interesse esporádico em ajudar a população do mundo árabe, que estava lutando para conquitar o mesmo objetivo".

Enquanto isso, a participação dos "governos da Liga Árabe, (que) tentaram historicamente defenderem uns aos outros diante de qualquer tipo de crítica em relação aos direitos humanos, (...) tornou-se mais construtiva".

Por último, "era previsível que os governos ditatoriais temessem diante do precedente da derrubada popular dos regimes autoritários".

Assim, "a China adotou medidas extraordinárias para prevenir 'as manifestações do Jasmim', inspiradas na Revolução do Jasmim da Tunísia".

"De Zimbábue ao Irã, do Sudão ao Uzbequistão, de Cuba à Rússia, da Etiópia ao Vietnã, os autocratas vivem com medo pelo tipo de poder popular demonstrado na Primavera Árabe", assegura Roth.

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