China condena ataque a seu consulado em Karachi, no Paquistão
"A China condena firmemente todo tipo de ataque contra missões diplomáticas", disse o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Geng Shuang
EFE
Publicado em 23 de novembro de 2018 às 08h06.
Última atualização em 23 de novembro de 2018 às 08h10.
Pequim - A China condenou nesta sexta-feira o ataque cometido por três insurgentes contra seu consulado na cidade de Karachi, ao sul do Paquistão, que deixou pelo menos sete mortos, entre eles dois policiais e dois civis.
"A China condena firmemente todo tipo de ataque contra missões diplomáticas", disse o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China Geng Shuang em entrevista coletiva, e confirmou que todo o pessoal chinês do consulado "tem certeza".
O ataque começou pouco antes das 9h30 (horário local), quando os agressores começaram a atirar e a jogar granadas.
Segundo Geng, o ataque foi neutralizado "imediatamente e de forma efetiva" pelas forças de segurança paquistanesas, acrescentando que a parte chinesa pediu ao Paquistão que "tome medidas para garantir a segurança dos cidadãos chineses que trabalham lá".
O porta-voz da Polícia paquistanesa, Mohammed Ishfaq, anunciou hoje que três agressores e dois agentes de Polícia morreram no ataque, e que um guarda de segurança ficou ferido.
"Lamentamos a morte dos dois policiais paquistaneses durante o ataque e expressamos nossa simpatia a todos os feridos e a suas famílias", expressou Geng.
"A parte paquistanesa ainda está investigando o incidente", afirmou Geng, e detalhou que a troca de tiros aconteceu fora do consulado e que "os insurgentes não entraram em nenhum momento".
O Exército de Libertação Baluchi, que quer a independência da província sudoeste de Baluchistão, reivindicou hoje o ataque contra o consulado com o objetivo de conter "a expansão militar chinesa em solo baluchi", afirmou o grupo em comunicado.
A China conta com uma grande presença em território paquistanês devido ao projeto Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), um projeto multimilionário de infraestruturas financiadas por Pequim com um investimento de US$ 60 bilhões.
A esse respeito, o porta-voz chinês afirmou que o ataque "não vai afetar" o desenvolvimento do projeto, e acrescentou que está "satisfeito" com os esforços paquistaneses, que tomarão "medidas efetivas" para garantir que o CPEC avanço sem contratempos.
O CPEC, iniciado em 2015, financiará a construção de uma rota comercial que conectará a cidade de Kasghar, na província noroeste chinesa de Xinjiang, com o porto paquistanês de Gwadar (sudoeste) em Baluchistão, abrindo para a China uma porta ao mar Arábico.