Indústria chinesa teve uma produção menor em julho segundo estudo independente feito pelo HSBC (AFP/Philippe Lopez)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2010 às 09h43.
Pequim - A produção industrial caiu na China pela primeira vez em 16 meses, segundo um estudo do banco HSBC que discorda do índice oficial chinês e cuja publicação nesta segunda-feira influenciou uma alta na bolsa de Xangai, ante a perspectiva de que o governo não prossiga com o endurecimento de sua política econômica.
O índice PMI publicado pelo HSBC, que se baseia numa pesquisa com os diretores de compras de uma série de empresas, caiu a 49,4 pontos, contra 50,4 em junho, passando pela primeira vez abaixo dos 50 pontos, limite a partir do qual se considera que houve crescimento.
O índice do HSBC difere do PMI oficial chinês (CFLP), que caiu em julho a 51,2 (52,1 no mês anterior), seu nível mais baixo desde fevereiro de 2009.
O HSBC consultou diretores de compras de mais de 400 empresas, enquanto que o índice oficial é feito a partir de mais de 700 empresas.
Segundo os economistas da Nomura International, as fortes chuvas e as inundações que atingiram a China em julho contribuíram sensivelmente para o enfraquecimento da atividade industrial.
Depois desta publicação, a Bolsa de Xangai subiu 1,33% nesta segunda, ante a perspectiva de que o governo deixe de adotar medidas para frear o reaquecimento da economia chinesa. Uma decisão desse tipo evitaria uma desaceleração muito marcada.
Por outra parte, o HSBC indica que as pressões inflacionárias se reduzem sensivelmente desde o início do ano.
O crescimento na China começou a desacelerar no segundo trimestre, em consequência de medidas que visam a frear o forte aumento dos preços no setor imobiliário.
No entanto, o Produto Interior Bruto (PIB) continua tendo crescimento de dois dígitos pelo terceiro trimestre consecutivo, ao crescer 10,3% entre abril e junho passados.