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Hong Kong prende opositor Joshua Wong por "desrespeitar uso de máscara"

O ativista de 23 anos foi preso por ter realizado uma "reunião ilegal" durante um protesto organizado em outubro de 2019

O advogado de Wong afirmou que o jovem foi detido quando se apresentou a uma delegacia (Tyrone Siu/Reuters)

O advogado de Wong afirmou que o jovem foi detido quando se apresentou a uma delegacia (Tyrone Siu/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 06h56.

Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 12h49.

O ativista Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos do movimento pró-democracia em Hong Kong, foi detido nesta quinta-feira por "reunião ilegal" durante um protesto organizado em outubro de 2019 no território semiautônomo, informou seu advogado.

Wong, 23 anos, indicou no Twitter que foi acusado de violar a "lei que proibia o uso de máscara" para ocultar o rosto, aprovada na época pelo governo local para tentar enfraquecer as manifestações e que foi posteriormente declarada inconstitucional.

O advogado de Wong afirmou que o jovem foi detido quando se apresentou a uma delegacia, o que tem a obrigação jurídica de fazer periodicamente por outro caso judicial em curso.

A detenção coincide com um aumento do controle da China sobre Hong Kong desde junho, graças fundamentalmente a uma lei sobre segurança nacional que é vista como uma resposta à crisis política de 2019.

Atualmente, o uso de máscara é obrigatório nos locais públicos de Hong Kong para evitar a propagação do coronavírus, mas há um ano era proibido cobrir o rosto nas ruas, algo que ampliou ainda mais os protestos no momento em que a ex-colônia britânica registrava grandes manifestações, um movimento inédito desde a devolução a China, em 1997.

"Wong é suspeito de ter participado em uma reunião ilegal, em 5 de outubro do ano passado, data em que centenas de pessoas saíram às ruas para opor-se à norma de uso das máscaras estabelecida pelas autoridades em virtude de normas de emergência da época colonial", explicou Jonathan Man, advogado do ativista.

Ao proibir que os manifestantes cobrissem os rostos, as autoridades locais facilitavam o trabalho da polícia e dissuadiam alguns jovens de participar nos protestos.

As autoridades locais invocaram leis de 1922, que não eram utilizadas desde 1967, para justificar a proibição do uso de máscaras nas manifestações.

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