Polícia prende suspeito que fez reféns em café da Holanda
Imagens exibidas pelo canal público NOS mostraram três jovens saindo do edifício com as mãos para o alto
Redação Exame
Publicado em 30 de março de 2024 às 08h50.
Última atualização em 30 de março de 2024 às 09h48.
A polícia holandesa prendeu, por volta de 8h30 (horário de Brasília) deste sábado, o homem que fez várias pessoas reféns num café da cidade de Eden, no centro da Holanda.
Um cordão policial foi estabelecido em torno do café Petticoat, em Ede, e moradores de cerca de 150 casas foram evacuados, segundo as autoridades. O centro do município foi fechado.
Não se sabe quantas vítimas estão retidas. Mas, segundo a mídia local, entre quatro ou cinco pessoas foram feitas reféns. Por volta de 7h25 (horário de Brasília), três pessoas foram liberadas e deixaram o local com os braços para o alto. Elas vestiam uniformes do estabelecimento. A ocorrência segue andamento.
Um homem teria entrado no estabelecimento, na hora do fechamento, com armas e explosivos e ameaçado explodir o local, de acordo com o jornal holandês De Telegraaf.
Segundo o jornal, as instalações da Câmara Municipal vão acolher as pessoas afetadas pela ocorrência. As autoridades pediram à população que evite se aproximar do local, e o trânsito também foi desviado. De acordo com as autoridades, não há indícios, até o momento, que o sequestro tenha motivação terrorista.
"Vemos que há muitas dúvidas sobre o motivo. No momento, não há indicação de motivação terrorista", disse a polícia, pela rede social X.
Imagens que circulam pelas redes sociais mostram agentes fortemente armados nos arredores do local da ocorrência. Homens do Corpo de Bombeiros, da polícia e da tropa de choque "foram mobilizados em massa", descreveu o jornal holandês De Telegraaf.
A Câmara Municipal indicou em seu site que o centro da cidade estava fechado e que a tropa de choque e os esquadrões antibomba foram destacados para a área.
Reféns
Pouco após o anúncio do sequestro, a polícia informou que três reféns foram liberados. Imagens exibidas pelo canal público NOS mostraram três jovens saindo do edifício com as mãos para o alto.
Não foi possível determinar quantas pessoas foram tomadas como reféns , mas, segundo a imprensa local, no início do incidente eram entre quatro e cinco.
As autoridades pediram à população que evite o deslocamento para o centro da cidade. O trânsito também foi desviado.
"Vemos que há muitas perguntas sobre a motivação.No momento, não há indícios de motivação terrorista", afirmou a polícia.
Caso reincidente
Nos últimos anos,alguns atentados foram registrados nos Países Baixos, mas não com a mesma intensidade de outros países europeus, como França ou Reino Unido. A polícia também impediu vários ataques.
Em 2019, um tiroteio em um bonde na cidade de Utrecht, que deixou quatro mortos, provocou uma grande comoção no país.
O autor do ataque, Gokmen Tanis, admitiu que agiu por motivos terroristas. O tiroteio paralisou a quarta maior cidade do país.
Também em 2019, a polícia neerlandesa indiciou duas pessoas, suspeitas extremismo, acusadas de planejar um atentado com homens-bomba e carros-bomba. As autoridades afirmaram que os acusados pretendiam executar o ataque no mesmo ano.
Um ano antes, um jovem afegão, identificado como "Jawed S.", esfaqueou dois turistas americanos na estação central Amsterdã. Em uma audiência no tribunal, ele afirmou que pretendia "proteger o profeta Maomé".
A agressão aconteceu um dia após o político neerlandês Geert Wilders, de extrema-direita, ter anunciado a desistência de organizar um concurso de caricaturas do profeta Maomé.
Naquela época, o porta-voz dos talibãs do Afeganistão, Zabihullah Mujahid, pediu aos muçulmanos que atacassem os militares neerlandeses devido à "ação hostil do país contra todos os muçulmanos".
Em 2004, o diretor de cinema Theo van Gogh, abertamente hostil ao islã, foi esfaqueado e assassinado a tiros em Amsterdã por um homem vinculado a uma rede neerlandesa islamista.
(Com AFP e O Globo)