Mundo

Homem armado faz reféns na Austrália e 5 conseguem escapar

Loja foi invadida nesta segunda. Televisão mostra pessoas com os braços para cima e uma bandeira com inscrições islâmicas.

Refém corre em direção a policiais após fugir de loja Lindt em Sydney, Austrália, onde sequestrador armado mantém outras pessoas  (Jason Reed / REUTERS)

Refém corre em direção a policiais após fugir de loja Lindt em Sydney, Austrália, onde sequestrador armado mantém outras pessoas (Jason Reed / REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 05h57.

Sydney - Cinco pessoas conseguiram sair de uma loja de chocolates em Sydney, na Austrália, onde um homem armado mantém um número ainda desconhecido de pessoas como reféns. As três primeiras fugiram através da saída de incêndio do estabelecimento, por volta das 3h (de Brasília). Menos de uma hora depois, outras duas, ambas mulheres e funcionárias do local, também fugiram. O incidente teve início na manhã de segunda-feira (na Austrália, noite de domingo no Brasil) e já dura mais de sete horas. No interior do local, duas pessoas foram avistadas segurando uma bandeira contendo uma declaração de fé islâmica.

O Comissário da Polícia do Estado de New South Wales, Andrew Scipione, informou que a polícia ainda não havia feito contato direito com o homem armado, não sabia a sua motivação e nem podia confirmar quantas pessoas estavam sendo mantidas como reféns na loja, da marca Lindt.

"Ainda não confirmamos se esse é um evento relacionado com terrorismo, estamos lidando de acordo com o procedimento para uma situação de sequestro com um homem armado", disse Scipione. Segundo a polícia, ainda não há informações que sugiram que há pessoas feridas.

Imagens de televisão feitas através da janela da loja mostraram diversas pessoas com os braços para cima e as mãos pressionadas contra o vidro e duas pessoas segurando o que parecia ser uma bandeira com inscrições islâmicas.

Zain Ali, diretor da Unidade de Pesquisa e Estudos Islâmicos da Universidade de Auckland, disse que era difícil ler a mensagem escrita na bandeira pois as imagens mostravam apenas parte dela. Mas o pesquisador acredita que se trata do Shahada, ou declaração de fé, em grande parte porque uma bandeira preta com inscrições em branco, em um contexto contemporâneo, muitas vezes contém esse tipo de mensagem.

Segundo Ali, o Shahada pode ser traduzido como "Não há outra divindade de adoração exceto Deus, e Maomé é o mensageiro de Deus". A declaração é considerada o primeiro pilar dos cinco pilares da fé islâmica e tem sido usada por grupos radicais como Al-Qaeda e o Estado Islâmico.

O café onde ocorre a situação de sequestro está localizado na praça Martin, no coração do distrito financeiro e comercial da cidade, onde ficam o escritório do primeiro-ministro, o Banco da Reserva da Austrália e a sede dos dois maiores bancos do país. O Parlamento também está há poucas quadras do local. As ruas ao redor da área foram fechadas e as autoridades evacuaram os locais próximos ao café.

Um porta-voz da polícia informou que até agora ninguém foi ferido no incidente. Policiais fortemente armados estão alinhados na parte exterior da loja e um homem com uma mochila pode ser visto andando de um lado para o outro dentro do café.

"Ainda não sabemos se o incidente tem motivações políticas, embora, obviamente, existam algumas indicações de que pode se tratar de um sequestro com motivação política", disse o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, em coletiva da imprensa em Camberra, capital do país. Segundo o premiê, o Comitê de Segurança Nacional já havia se reunido para ser informado sobre a situação.

"A Austrália é uma sociedade pacífica e generosa e nada deve mudar isso. E é por isso que eu peço a todos os australianos que sigam suas vidas normalmente no dia de hoje", disse Abbott. Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:AustráliaPaíses ricosSequestros

Mais de Mundo

Macron só vai nomear primeiro-ministro após Jogos Olímpicos

Religiosos de vilarejo indiano onde avô de Kamala Harris viveu rezam por vitória da democrata

Oposição venezuelana denuncia 'obstáculos' para credenciar fiscais eleitorais

Macron se recusa a nomear candidata da esquerda a primeira-ministra na França

Mais na Exame