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Hollande e Sarkozy duelam sobre reforma do pacto fiscal

Enquanto Hollande insiste em renegociar o acordo para introduzir medidas de estímulo da atividade econômica, Sarkozy aposta em sua manutenção

Sarkozy reiterou que não fará acordo com a Frente Nacional, liderada por Le Pen (Lionel Bonaventure/AFP)

Sarkozy reiterou que não fará acordo com a Frente Nacional, liderada por Le Pen (Lionel Bonaventure/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 19h54.

Paris - Os candidatos à presidência francesa, o socialista François Hollande e o conservador Nicolas Sarkozy, travaram um duelo nesta quinta-feira sobre uma eventual reforma do pacto fiscal europeu e a introdução de medidas de estímulo do crescimento ao texto original.

Enquanto Hollande insistiu em sua intenção de renegociar o acordo para introduzir medidas de estímulo da atividade econômica, Sarkozy apostou em sua manutenção e na prioridade da redução da dívida e do déficit.

Os dois políticos deram entrevistas para a televisão pública ''France 2'' e expressaram suas diferenças sobre a forma de abordar os desequilíbrios fiscais da Europa e fomentar o crescimento econômico.

Hollande reiterou sua intenção de fazer sua primeira viagem como presidente para Berlim, com o objetivo de renegociar o pacto fiscal, assinado em março por 25 membros da União Europeia (UE), com a chanceler alemã Angela Merkel.

''Merkel será contra alguns pontos, mas haverá negociação. A Alemanha não vai decidir por toda Europa'', afirmou o candidato socialista, que disse detectar uma onda de adesão a sua proposta de favorecer o crescimento econômico com políticas públicas.

Hollande assegurou que seu objetivo é ''mudar as coisas na França e na Europa'' e acrescentou que ''inclusive os especialistas econômicos e os mercados acham que sem crescimento econômico não se poderá cumprir os compromissos sobre a dívida''.

Sarkozy também falou na necessidade de crescimento e afirmou que a França ''não viveu nenhum trimestre de recessão'', mas indicou que a prioridade é reduzir a dívida para recuperar a autonomia orçamentária.


O atual presidente criticou a proposta de seu rival de contratar 60 mil funcionários para o ensino público porque isto impediria o país de alcançar os objetivos de déficit. ''Há algum país que pense que o crescimento se faz contratando 60 mil funcionários?'', perguntou o candidato.

Sarkozy voltou a citar a Espanha como exemplo negativo e assegurou que a França não se encontra na mesma situação graças às reformas que empreendeu nos últimos cinco anos, entre as quais destacou o aumento da idade de aposentadoria e a redução do número de funcionários públicos.

''Não quero para meu país a mesma situação da Espanha, onde a falta de coragem do governo socialista durante sete anos deixou um país com 22% de desemprego'', afirmou.

O presidente em fim de mandato, que está em segundo lugar nas pesquisas de opinião para as eleições de 6 de maio, também procurou agradar o eleitorado da candidata de extrema direita Marine Le Pen, que obteve 6,5 milhões de votos no primeiro turno.

Sarkozy disse que nem todos esses eleitores ''são de extrema direita'' e afirmou que eles não representam um problema político, mas são reflexos de deficiências na França.

''Ele deram um voto de crise ou de adesão. Em qualquer caso os respeito. Não os julgo porque eu não vivo num bairro onde a vida é impossível, não levo meus filhos para colégio onde a vida é impossível'', disse.

O candidato mostrou que compactua com algumas ideias de Le Pen, como o endurecimento das penas a reincidentes e a concessão de mais poder para a polícia.

No entanto, Sarkozy reiterou que não fará acordo com a Frente Nacional, liderada por Le Pen, nas eleições legislativas de junho, nas quais o partido ultradireitista espera conseguir representação e por isso rivalizará com o UMP, legenda do atual presidente.

Hollande se mostrou menos tolerante com o partido de extrema direita e embora tenha dito que respeita seu eleitorado, considera as ideias de Le Pen uma ameaça para a república. 

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