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Hollande busca manter unidade na França após morte de padre

François Hollande busca evitar tensões entre as comunidades religiosas em um país em luto pelo novo ataque, menos de duas semanas após o massacre em Nice

François Hollande: após o encontro com Hollande, o líder da comunidade muçulmana da França pediu o reforço da segurança nos locais de culto (Enrique de la Osa/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2016 às 10h10.

O presidente francês, François Hollande , recebeu nesta quarta-feira os principais líderes religiosos da França , um dia após o degolamento de um sacerdote católico em uma igreja por membros do Estado Islâmico ( EI ).

François Hollande busca evitar as tensões entre as comunidades religiosas em um país em luto por este novo e brutal ataque, menos de duas semanas depois do massacre de 14 de julho em Nice que matou 84 pessoas.

Na terça-feira, dois criminosos invadiram uma igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, uma pequena cidade do noroeste da França, durante a missa da manhã, fizeram seis reféns e degolaram um padre de 86 anos.

Um dos dois homens foi identificado como Adel Kermiche, um francês de 19 anos, que tinha um julgamento pendente por terrorismo e usava uma pulseira eletrônica.

Após o encontro com Hollande, o líder da comunidade muçulmana da França - a maior da Europa - pediu o reforço da segurança nos locais de culto.

"Queremos que prestem mais atenção aos lugares de culto porque qualquer um deles pode sofrer uma agressão", pediu o reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur.

Em nome dos muçulmanos da França, expressou seu "profundo pesar" pelo ataque, que classificou de "sacrilégio blasfemo contrário a todos os ensinamentos de nossa religião".

O arcebispo de Paris, monsenhor Vingt-Trois, pediu aos fiéis que "não se deixem arrastar pelo jogo político" do EI.

O Estado Islâmico "quer colocar os filhos de uma mesma família uns contra os outros", disse.

"As relações particularmente harmoniosas entre as diferentes religiões na França são um recurso importante para a coesão de nossa sociedade", destacou.

Por sua vez, o presidente da Federação Protestante da França (FPF), o pastor François Clavairoly, estimou que vigiar cada lugar de culto na França é algo totalmente "inconcebível e inviável".

Setecentas sinagogas e escolas judaicas e mais de 1.000 das 2.500 mesquitas da França contam com proteção militar.

Os especialistas consideram ilusório pensar em aplicar este nível de segurança às 45.000 igrejas católicas, 4.000 templos protestantes, 2.600 evangélicos e 150 locais de culto ortodoxo.

Capacidade para agir

O ataque de Nice, o terceiro de grande porte nos últimos 18 meses na França, provocou uma polêmica por supostas falhas de segurança, e as revelações após o ataque contra a igreja podem levantar mais perguntas.

O procurador de Paris, François Molins, disse que os serviços antiterroristas ouviram falar de Adel Kermiche pela primeira vez quando um membro de sua família denunciou seu desaparecimento, em março de 2015.

Foi detido pela primeira vez em 23 de março de 2015 na Alemanha, quando tentava viajar à Síria.

Foi colocado em liberdade sob controle judicial, mas em maio de 2015 viajou à Turquia, onde foi novamente detido e enviado de volta à França. Esteve em prisão preventiva até março deste ano.

Posteriormente foi libertado, com a condição de utilizar uma pulseira eletrônica.

Podia sair de casa entre 08h00 e 12h30 de segunda a sexta-feira, detalhou Molins.

Após o ataque de terça-feira e a menos de um ano das eleições presidenciais, a oposição de direita e de extrema-direita voltaram a pedir o endurecimento da legislação antiterrorista na França.

Mas Hollande - que enfrenta uma reeleição difícil em 2017 - rejeitou estes apelos.

"Restringir nossas liberdades não tornará a luta contra o terrorismo mais eficaz", disse.

As mudanças realizadas na legislação em 2015 e a extensão do estado de emergência após o massacre de Nice já concedem às autoridades uma "capacidade para agir" suficiente, disse.

"Não deveria ser possível que uma pessoa à espera de um julgamento, acusada de ter vínculos com o terrorismo, seja libertada" em prisão domiciliar, estimou o secretário-geral adjunto do sindicato de policiais Alliance.

"Como uma pessoa que usa uma pulseira eletrônica pode realizar um ataque? Onde está a polícia?", se perguntava Mohammed Karabila, presidente do Conselho de culto muçulmano da Alta Normandia e da mesquita de Saint-Étienne-du-Rouvray, cidade onde ocorreu o ataque.

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O presidente francês, François Hollande , recebeu nesta quarta-feira os principais líderes religiosos da França , um dia após o degolamento de um sacerdote católico em uma igreja por membros do Estado Islâmico ( EI ).

François Hollande busca evitar as tensões entre as comunidades religiosas em um país em luto por este novo e brutal ataque, menos de duas semanas depois do massacre de 14 de julho em Nice que matou 84 pessoas.

Na terça-feira, dois criminosos invadiram uma igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, uma pequena cidade do noroeste da França, durante a missa da manhã, fizeram seis reféns e degolaram um padre de 86 anos.

Um dos dois homens foi identificado como Adel Kermiche, um francês de 19 anos, que tinha um julgamento pendente por terrorismo e usava uma pulseira eletrônica.

Após o encontro com Hollande, o líder da comunidade muçulmana da França - a maior da Europa - pediu o reforço da segurança nos locais de culto.

"Queremos que prestem mais atenção aos lugares de culto porque qualquer um deles pode sofrer uma agressão", pediu o reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur.

Em nome dos muçulmanos da França, expressou seu "profundo pesar" pelo ataque, que classificou de "sacrilégio blasfemo contrário a todos os ensinamentos de nossa religião".

O arcebispo de Paris, monsenhor Vingt-Trois, pediu aos fiéis que "não se deixem arrastar pelo jogo político" do EI.

O Estado Islâmico "quer colocar os filhos de uma mesma família uns contra os outros", disse.

"As relações particularmente harmoniosas entre as diferentes religiões na França são um recurso importante para a coesão de nossa sociedade", destacou.

Por sua vez, o presidente da Federação Protestante da França (FPF), o pastor François Clavairoly, estimou que vigiar cada lugar de culto na França é algo totalmente "inconcebível e inviável".

Setecentas sinagogas e escolas judaicas e mais de 1.000 das 2.500 mesquitas da França contam com proteção militar.

Os especialistas consideram ilusório pensar em aplicar este nível de segurança às 45.000 igrejas católicas, 4.000 templos protestantes, 2.600 evangélicos e 150 locais de culto ortodoxo.

Capacidade para agir

O ataque de Nice, o terceiro de grande porte nos últimos 18 meses na França, provocou uma polêmica por supostas falhas de segurança, e as revelações após o ataque contra a igreja podem levantar mais perguntas.

O procurador de Paris, François Molins, disse que os serviços antiterroristas ouviram falar de Adel Kermiche pela primeira vez quando um membro de sua família denunciou seu desaparecimento, em março de 2015.

Foi detido pela primeira vez em 23 de março de 2015 na Alemanha, quando tentava viajar à Síria.

Foi colocado em liberdade sob controle judicial, mas em maio de 2015 viajou à Turquia, onde foi novamente detido e enviado de volta à França. Esteve em prisão preventiva até março deste ano.

Posteriormente foi libertado, com a condição de utilizar uma pulseira eletrônica.

Podia sair de casa entre 08h00 e 12h30 de segunda a sexta-feira, detalhou Molins.

Após o ataque de terça-feira e a menos de um ano das eleições presidenciais, a oposição de direita e de extrema-direita voltaram a pedir o endurecimento da legislação antiterrorista na França.

Mas Hollande - que enfrenta uma reeleição difícil em 2017 - rejeitou estes apelos.

"Restringir nossas liberdades não tornará a luta contra o terrorismo mais eficaz", disse.

As mudanças realizadas na legislação em 2015 e a extensão do estado de emergência após o massacre de Nice já concedem às autoridades uma "capacidade para agir" suficiente, disse.

"Não deveria ser possível que uma pessoa à espera de um julgamento, acusada de ter vínculos com o terrorismo, seja libertada" em prisão domiciliar, estimou o secretário-geral adjunto do sindicato de policiais Alliance.

"Como uma pessoa que usa uma pulseira eletrônica pode realizar um ataque? Onde está a polícia?", se perguntava Mohammed Karabila, presidente do Conselho de culto muçulmano da Alta Normandia e da mesquita de Saint-Étienne-du-Rouvray, cidade onde ocorreu o ataque.

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