Hillary Clinton: durante os quatro anos em que chefiou o Departamento de Estado, ela jamais utilizou seu e-mail oficial (Justin Sullivan/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de março de 2015 às 07h46.
Washington - A ex-secretária americana de Estado Hillary Clinton pode ter violado a lei de seu país ao usar seu e-mail pessoal quando esteve à frente da diplomacia dos Estados Unidos, e foi chamada a prestar esclarecimentos a este respeito.
Durante os quatro anos em que chefiou o Departamento de Estado, Hillary Clinton jamais utilizou seu e-mail oficial (que termina em state.gov), dando preferência a seu pessoal, o que poderia constituir uma violação às normas vigentes que estipulam que toda a correspondência escrita das autoridades devem ser arquivadas para eventual uso posterior.
Nick Merrill, porta-voz de Clinton, assegurou que o princípio da lei foi respeitado pela então secretária de Estado.
As normas "autorizam os funcionários do Departamento de Estado a utilizar um e-mail não governamental desde que mantido o conteúdo adequado", ressaltou.
A Casa Branca destacou que o presidente Barack Obama deu "uma orientação muito específica" aos funcionários para que "utilizem o e-mail oficial quando tratam de assuntos oficiais do governo", segundo o porta-voz Josh Earnest.
Mas Earnest estimou que Clinton não necessariamente violou as regras. "Em situações de utilização do e-mail pessoal, o importante é guardar estes documentos".
A atual porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, indicou, por sua vez, que a pedido do Departamento de Estado Hillary Clinton retransmitiu todas as mensagens eletrônicas do período em que foi secretária.
Cerca de 300 desses e-mails foram entregues a uma comissão do Congresso que investiga os atentados de 2012 contra a missão diplomática americana na Líbia.
Segundo o jornal New York Times, os assessores da ex-senadora democrata revisaram milhares de documentos e selecionaram aqueles que esperam compartilhar: cerca de 5.000 páginas foram transmitidas ao Departamento de Estado.
Hillary Clinton, 67 anos, é considerada como a principal candidata nas primárias do Partido Democrata visando às eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos, apesar de ainda não ter feito o anúncio oficial.
Segundo The Wall Street Journal, que cita vários doadores democratas, Clinton lançará sua candidatura em abril.