Hezbollah se opõe a ataques americanos na Síria
"Nós nos opomos a uma intervenção americana militar e somos contra uma coalizão internacional na Síria", afirmou Hassan Nasrallahm, líder do Hezbollah libanês
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 21h39.
O líder do Hezbollah libanês afirmou que seu partido se opõe aos ataques realizados pelos Estados Unidos e seus aliados contra os jihadistas na Síria , recusando-se a se alinhar a uma coalizão que serve "aos interesses americanos".
"Nós nos opomos a uma intervenção americana militar e somos contra uma coalizão internacional na Síria", afirmou Hassan Nasrallah em um discurso transmitido nesta terça-feira pela rede de televisão do Hezbollah, Al-Manar.
"Nossa posição não muda. Nós rejeitamos qualquer intervenção militar americana, mesmo com apoio internacional, ou da Otan", acrescentou.
O líder do partido xiita aliado do regime sírio afirmou que se opõe a esta intervenção, mesmo que seja contra o grupo EI, que o Hezbollah combate na Síria ao lado do Exército.
"Esta coalizão, como repete Obama em todos os seus discursos, visa a defender os interesses americanos (...) Os americanos só reagiram "porque o perigo (do EI) começou a ameaçar esses interesses", acrescentou Nasrallah, rejeitando a possibilidade de o Líbano fazer parte dessa coalizão.
Beirute apoia os esforços liderados pelos Estados Unidos para combater a organização extremista.
O Hezbollah é considerado um inimigo por Washington desde a sua fundação, nos anos 80, patrocinada pelo Irã.
Teerã denunciou uma violação da soberania síria após os ataques aéreos.
O partido xiita libanês envia combatentes há mais de um ano para lutar contra os rebeldes e os jihadistas ao lado do Exército sírio, argumentando que esses grupos também representam um perigo para o Líbano.
Seus redutos foram atacados por vários atentados reivindicados por grupos que afirmam agir em represália contra a intervenção do Hezbollah na Síria.