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Hamas condena sete palestinos à forca por 'colaboração com Israel'

Movimento islâmico é criticado por coordenar execuções fora da lei palestina, que exige a confirmação das penas pela Autoridade Palestina

Hamas: movimento tomou o controle da região em 2007 (SOPA Images/Getty Images)

Hamas: movimento tomou o controle da região em 2007 (SOPA Images/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 7 de agosto de 2023 às 16h34.

Última atualização em 7 de agosto de 2023 às 16h56.

Sete palestinos foram condenados à morte na forca por colaboração com Israel, neste domingo, 6, informou o Ministério do Interior da Faixa de Gaza.

A condenação, em um tribunal militar, ocorre em um momento em que o descontentamento palestino com o Hamas, movimento islâmico que controla Gaza desde 2007, chegou às ruas em forma de protestos populares, e a violência entre palestinos e israelenses aumenta, sobretudo na Cisjordânia.

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De acordo com o Ministério do Interior de Gaza, além das penas de morte, outros sete palestinos foram condenados à prisão perpétua com trabalhos forçados — o que corresponde a 25 anos de prisão, segundo o ministério.

Embora penas de morte não sejam incomuns sob o regime do Hamas — 17 pessoas foram condenadas a morte em 2022, e outras duas em abril — a execução de penas desse tipo foi considerada "flagrante violação" das leis palestinas pela ONU no ano passado, quando cinco palestinos foram mortos.

Pela legislação vigente, qualquer sentença de morte precisa ser aprovada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Porém, desde que o Hamas tomou o controle de Gaza, a atuação da Autoridade Palestina ficou restrita à Cisjordânia.

Além da pressão internacional, sinais de resistência interna começam a surgir entre os palestinos em Gaza. As condenações deste domingo ocorrem exatamente uma semana após a eclosão de protestos pelas ruas de Gaza, em que cidadãos palestinos protestaram contra o Hamas, pelas condições de vida da região.

De acordo com o relatado pela Associated Press, bandeiras do Hamas foram queimadas no dia 30 de julho em cidades da Faixa de Gaza, enquanto manifestantes entoavam gritos de "que vergonha". Entre os alvos do protesto estavam o fornecimento insuficiente de energia e gás para a população e o corte do repasse de auxílio assistencial pago pelo governo do Catar a famílias pobres em Gaza, que caiu de US$ 100 para US$ 15 a mando dos militantes islâmicos.

Os protestos nas principais cidades de Gaza, que reuniram centenas de pessoas, foram rapidamente dispersados pela polícia do Hamas, que quebrou celulares e câmeras de pessoas que filmavam os atos e prenderam alguns manifestantes.

Escalada de violência

Em paralelo aos problemas internos nas regiões de autogestão palestina, a violência entre cidadãos palestinos e israelenses alcança níveis preocupantes, com uma série de ações resultando em morte, desde uma operação de larga escala do Estado israelense contra militantes islâmicos no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, no mês passado.

Três palestinos foram mortos em Jenin, no domingo, em uma operação militar israelense. De acordo com o Exército, a polícia e o Shin Beth (serviço interno de segurança de Israel), os alvos eram terroristas que estavam prontos para atacar o país.

"Uma célula terrorista do campo de refugiados de Jenin foi identificada em um veículo que estava a caminho de executar um ataque", afirma um comunicado conjunto das forças de segurança. A nota acrescenta que as três pessoas a bordo, incluindo o suposto líder do grupo, foram mortas.

Na sexta-feira passada, um atirador palestino, que estaria ligado a grupos terroristas de Jenin, matou um funcionário público israelense em Tel-Aviv, e depois foi morto. O ataque seguiu uma onda de violência entre palestinos e israelenses nos assentamentos da Cisjordânia ocupada, que terminou com a morte de um jovem palestino de 19 anos.

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