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Haiti elegerá presidente após fraudes e ano de incerteza política

A eleição presidencial é realizada depois que a primeira votação de 25 de outubro de 2015 foi anulada devido a fraudes massivas

Bandeira do Haiti: por problemas logísticos, resultados preliminares só sairão em 1º de dezembro (Getty Images)

Bandeira do Haiti: por problemas logísticos, resultados preliminares só sairão em 1º de dezembro (Getty Images)

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AFP

Publicado em 20 de novembro de 2016 às 13h11.

Os haitianos comparecem neste domingo às urnas para escolher um novo presidente, deputados e senadores, em uma eleição com a qual o país mais pobre da América busca restaurar a ordem constitucional após mais de um ano de crise política.

Quase 6,2 milhões de haitianos estão convocados a votar em um dos 27 candidatos presidenciais e a preencher 25 dos 109 assentos de deputados e 16 dos 30 de senadores.

A eleição presidencial é realizada depois que a primeira votação de 25 de outubro de 2015 foi anulada devido a fraudes massivas, que causaram intensos protestos da oposição.

O então presidente, Michel Martelly, concluiu seu mandato em 7 de fevereiro passado. No mesmo mês, o parlamento elegeu o titular do Senado, Jocelerme Privert, como presidente interino por três meses, mas as divisões políticas e as frágeis instituições do país impediram que as eleições fossem reorganizadas.

Finalmente, foi definido que o primeiro turno presidencial ocorreria em 9 de outubro. No entanto, uma vez mais a votação foi adiada, visto que cinco dias antes o poderoso furacão Matthew arrasou o país e deixou mais de 500 mortos.

Um dos principais candidatos à presidência é Jovenel Moïse, que ganhou a votação anulada de 2015 após ser escolhido por Martelly para representar seu partido, o PHTK (Partido haitiano Tèt Kale).

Também volta a se apresentar seu principal rival, Jude Célestin, pela Liga Alternativa para o Progresso e a Emancipação do Haiti (LAPEH). Ficou em segundo na votação anulada, que qualificou de "farsa ridícula".

O senador Moïse Jean-Charles, feroz detrator de Martelly, disputa pelo Partido Petit Dessalines, e Maryse Narcisse, colaboradora próxima do ex-presidente Jean Bernard Aristide, é uma das duas mulheres que brigam pela presidência.

Cansados da crise eleitoral, os haitianos mostram pouco entusiasmo para participar da votação e, nas regiões afetadas pelo Matthew, os habitantes estão mais preocupados em encontrar água potável e alimentos que em eleger seus futuros dirigentes.

Mais de 9.400 policias nacionais foram mobilizados, e serão apoiados por 1.400 policias da missão da ONU no Haiti (Minustah) e 80% do seu contingente militar.

Devido ao difícil acesso a algumas regiões e a problemas logísticos, os resultados preliminares não serão publicados antes de 1º de dezembro. Os candidatos terão então um período para apresentar recursos, e os resultados do primeiro turno serão divulgados em 29 de dezembro.

Se nenhum dos candidatos presidenciais receber mais de 50% dos votos, um segundo turno está previsto para 29 de janeiro de 2017.

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