Guerra na Ucrânia: Rússia é acusada pelo Reino Unido de treinar golfinhos de combate na Crimeia
Vários exércitos, nas últimas décadas, retomaram a prática de usar mamíferos marinhos altamente inteligentes para fins militares
Agência de notícias
Publicado em 23 de junho de 2023 às 17h24.
Última atualização em 23 de junho de 2023 às 17h33.
A inteligência militar britânica afirmou, nesta sexta-feira, 23, que a Rússia parece estar treinando golfinhos de combate, na península anexada da Crimeia, para contra-atacar as forças da Ucrânia. Em seu último relatório sobre a situação no país, o Ministério da Defesa britânico explicou que, há um ano, a Rússia fez melhorias "significativas" em Sebastopol, a principal base de sua frota no Mar Negro.
"Isso inclui pelo menos quatro camadas de redes e barreiras na entrada do porto. Nas últimas semanas, estas defesas provavelmente foram reforçadas pelo aumento do número de mamíferos marinhos treinados", revelou o departamento governamental, em uma rede social.
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"As imagens mostram quase o dobro de gaiolas flutuantes de mamíferos no porto, que provavelmente contêm golfinhos-nariz-de-garrafa", acrescentou, considerando que esses animais "provavelmente visam combater os mergulhadores inimigos".
Vários exércitos, em particular dos Estados Unidos e da Rússia, nas últimas décadas, retomaram a velha prática de usar animais altamente inteligentes, do grupo dos cetáceos, para fins militares.
A Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em março de 2014, abriga um centro de treinamento de mamíferos marinhos desde 1965. Após a queda da União Soviética, em 1991, o centro foi fechado e seus golfinhos foram vendidos ao Irã, segundo a imprensa russa. A Marinha ucraniana o reabriu em 2012, mas, após a anexação da península, passou para o controle de Moscou.
Rússia já usou baleias beluga e focas
Segundo o relatório britânico, a Marinha russa usou baleias beluga e focas para várias missões nas águas do Ártico.
Uma baleia usando um arnês — espécie de cinto ou coleira — apareceu na Noruega em 2019, e gerou especulações de que estava sendo usada para vigilância, ressurgiu na costa da Suécia no mês passado. Os noruegueses a apelidaram de "Hvaldimir", um trocadilho com a palavra norueguesa para "baleia" (hval) e o nome do presidente russo Vladimir.
Seu arnês tinha um suporte adequado para acomodar uma câmera e as palavras "equipamento de São Petersburgo" impressas nos fechos.
Durante a guerra fria, tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos usaram golfinhos, treinando-os para detectar submarinos, minas, e objetos ou indivíduos suspeitos perto de portos e navios. Um coronel soviético aposentado, Viktor Baranets, disse à AFP que Moscou chegou a treinar golfinhos para implantar explosivos em navios inimigos.