Guarda Civil da Espanha será comandada por uma mulher pela 1ª vez
Em 2018, María Gámez foi a primeira mulher a representar o governo em uma província do sul da Espanha, onde coordenava as forças de segurança do Estado
EFE
Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 15h59.
Última atualização em 17 de janeiro de 2020 às 16h02.
Madri — Pela primeira vez em 175 anos de história, uma mulher comandará a Guarda Civil da Espanha , uma corporação policial militarizada fundada em 1844 e subordinada aos ministérios de Interior e Defesa.
Os mais de 80 mil agentes, altamente valorizados, exercem funções de segurança, ordem pública, ajuda e resgate, antiterrorismo e contra o tráfico de drogas, vigilância de fronteiras, regulação do trânsito e preservação da natureza, entre outras.
O governo espanhol, presidido pelo socialista Pedro Sánchez, nomeou María Gámez na sexta-feira por indicação do ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, que nesta semana demitiu o diretor anterior, Félix Azón.
"É uma honra que assumo com entusiasmo e responsabilidade. Estou à disposição de toda a Guarda Civil", escreveu Gámez no Twitter após ser nomeada.
Pioneira na ocupação de cargos públicos tradicionalmente masculinos, Gámez é formada em Direito, casada, tem 50 anos, três filhos e 11 irmãos. Filha de um faroleiro, concluiu os estudos graças a um benfeitor anônimo.
Feminista e ativa nas redes sociais, María Gámez nasceu em Sanlúcar de Barrameda, na província de Cádiz. Além de ser especialista em direito constitucional da saúde, é graduada pelo Programa de Alta Gestão Empresarial do Instituto Internacional de San Telmo.
Em junho de 2018, ela se tornou a primeira mulher a representar o governo espanhol em Málaga, com a responsabilidade de coordenar as forças de segurança do Estado na província do sul da Espanha.
Nesta posição, conheceu em primeira mão o trabalho da Guarda Civil, como no resgate de um menino de dois anos - encontrado morto - que caiu em janeiro de 2019 em um poço de 110 metros de profundidade na cidade de Totalán, em Málaga, um caso que repercutiu por toda a Espanha.
A porta-voz do governo, María Jesús Montero, expressou "orgulho" pelo fato de, pela primeira vez, a diretora-geral (um cargo civil) deste órgão ser uma mulher. As associações de guardas elogiaram a nomeação, com a esperança de que Gámez corresponda às exigências de melhoras trabalhistas.