Beirute - Seis facções palestinas partidárias e opositoras ao regime do presidente sírio Bashar Al Assad estão colaborando para expulsar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) do campo de Al Yarmouk, mas não lutam juntas, disse nesta quinta-feira à Agência Efe o líder da Frente Popular da Luta Palestina (FPLP), Khaled Abdelmayid.

O líder da FPLP disse que, além de sua organização, atualmente combatem em Al Yarmouk (situado no sul de Damasco) a Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG), Fatah al Intifada, as Forças de Saiqa (raio) e os Comitês Populares Palestinos; todas elas próximas ao regime.

Quem também combate o EI é o grupo Aknaf Beit al Maqdis, uma facção palestina oposta a Al Assad.

"Há cooperação e contatos entre todos os grupos palestinos, com o conhecimento do governo sírio", explicou Abdelmayid, que destacou que em nenhum caso os combatentes de um e outro lado no conflito sírio estão lutando juntos, já que têm uma repartição por zonas.

Por exemplo, a FPLP-CG tem milicianos desdobrados no setor oeste de Al Yarmouk; enquanto a facção de Abdelmayid está no começo da rua Palestina, e Aknaf Beit al Maqdis situou suas forças no final desta via.

Em paralelo, Abdelmayid acrescentou que há grupos rebeldes sírios, como o Exército do Islã, que estão lutando contra o EI nas imediações do campo, no distrito de Al Hayar al Asuad.

Quanto à situação atual no terreno, o dirigente palestino indicou que ocorreram choques no centro de Al Yarmouk, assim como no final da rua 30 e nos arredores da praça de Al Riya.

Abdelmayid assegurou que as facções palestinas dominam agora 50% da superfície do campo, já que o EI recuou de alguns bairros.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou hoje que o Estado Islâmico ainda controla 80% do campo de refugiados, onde entrou em 1 de abril.

Antes da invasão do EI, Aknaf Beit al Maqdis e a Frente al Nusra, filial síria da Al Qaeda, estavam no interior de Al Yarmouk, que estava cercado pelas tropas do regime, em colaboração com o FPLP-CG.

Os palestinos acusam a Frente al Nusra de ter ajudado o EI a entrar no lugar, embora o braço da Al Qaeda na Síria apontou que se mantém "neutro" no que diz respeito a Al Yarmouk.