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Grupo de Lima, que apoia Guaidó, quer Cuba em solução para Venezuela

Ministros das Relações Exteriores do grupo encontraram-se nesta sexta-feira, entre eles Ernesto Araújo, para tentar viabilizar solução para Venezuela

Representantes de países que formam o chamado Grupo de Lima, fazem declaração conjunta sobre a Venezuela nesta sexta-feira, 3 (Guadalupe Pardo/Reuters)
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Reuters

Publicado em 3 de maio de 2019 às 19h16.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 21h24.

Lima — O Grupo de Lima decidiu nesta sexta-feira, 3, facilitar a participação de Cuba no esforço para se chegar ao fim da crise venezuelana, onde o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó , apoiado pelo bloco, busca derrubar o governo de Nicolás Maduro , que ele considera um usurpador.

O bloco — formado, entre outros, por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Paraguai e Peru — acusou Maduro de proteger "grupos terroristas" na Colômbia e disse rejeitar qualquer tentativa de ameaçar a vida do presidente colombiano, Iván Duque.

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Os ministros das Relações Exteriores do Grupo de Lima encontraram-se nesta sexta-feira, entre eles brasileiro Ernesto Araújo, para tentar viabilizar uma solução para a crise venezuelana. Nessa semana, manifestações convocadas pelos oposicionistas Juan Guaidó e Leopoldo López contra o governo de Maduro deixaram pelo menos cinco mortos.

O Grupo de Lima reafirmou o pleno apoio às ações empreendidas nos últimos dias pelo autoproclamado presidente da Venezuela Juan Guaidó. Em nota, o grupo pediu o engajamento de países alinhados ao presidente Nicolás Maduro na busca de uma solução pacífica, que respeite a Constituição do país vizinho.

O Grupo de Lima é formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela. No caso da Venezuela, o grupo reconhece Guaidó como seu representante, e não Maduro.

Os países que participam do grupo também condenaram energicamente a repressão posta em prática pelo governo de Maduro que, segundo o grupo, deixou mortos e centenas de feridos e de pessoas detidas. O grupo deplorou a designação de Gustavo González Lópes para assumir o Serviço Bolivariano de Inteligência. Segundo o grupo, a nomeação simboliza a sistemática violação dos direitos humanos perpetrada pelo governo Maduro.

O comunicado exigiu o pleno respeito à vida, à integridade e à liberdade de todos os venezuelanos, como Guaidó e os líderes das forças políticas democráticas. O grupo também reivindicou o restabelecimento dos direitos políticos e constitucionais do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, e de todos os membros dessa assembleia, além da liberação imediata dos presos políticos.

Os países do Grupo de Lima pediram que os membros da Força Armada Nacional Bolivariana cumpram com o mandato constitucional a serviço de sua nação e que o Tribunal Supremo de Justiça cesse o apoio e a cumplicidade com o "regime ilegítimo" de Maduro.

A crise na Venezuela está na mira dos Estados Unidos, Brasil e Rússia. O governo de Maduro deixou de ser reconhecido por diversos países, mas ainda resiste, graças ao apoio da maior parte da população e da alta cúpula do exército do país.

Reunião

O Grupo de Lima concordou em propor ao Grupo de Contato Internacional uma reunião urgente de ambos os grupos para buscar o retorno da democracia na Venezuela. Os países convidaram membros da comunidade internacional, inclusive países aliados ao regime de Maduro, como Rússia e Turquia, a "somar esforços" e favorecer o processo de transição democrática.

O grupo decidiu continuar em sessão permanente e realizar a próxima reunião na cidade da Guatemala. Os países do Grupo de Lima decidiram fazer as gestões necessárias para que Cuba participe de negociações para resolver a crise na Venezuela.

O comunicado ressaltou a realização, no próximo mês, de um seminário no Chile sobre transições democráticas com a participação de líderes democratas venezuelanos. Em julho, uma nova conferência em Lima, capital do Peru, terá a participação de todos os países que respaldam a recuperação democrática na Venezuela.

Os países do Grupo de Lima conclamaram a comunidade internacional e as Nações Unidas a aumentar a cooperação com os países de acolhida para dar conta do êxodo massivo de venezuelanos. Os governos decidiram cooperar com os mecanismos internacionais para a luta contra a corrupção, o narcotráfico e a lavagem de dinheiro para combater o que chamaram de fontes de enriquecimento por parte de membros do governo Maduro e de seus familiares e testas de ferro.

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