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Grupo acusado de terrorismo apresenta candidatos às eleições do Paquistão

O grupo que é acusado de ser autor do ataque terrorista de 2008 na cidade indiana de Bombaim, vão apresentar seus candidatos em outro partido

Os candidatos apresentados ainda precisam da aprovação da comissão eleitoral para participar das eleições gerais de 25 de julho (Mukesh Gupta/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de junho de 2018 às 09h56.

Islamabad - O partido político do islamita Hafiz Said, acusado pela Índia e pelos EUA do ataque terrorista de 2008 na cidade indiana de Bombaim, apresentará 200 candidatos às eleições gerais de 25 de julho sob a alcunha de outro movimento político já que não está legalizado.

Ahmed Nadeem, porta-voz da Liga Muçulmana Nacional (MML), frente política de Said, disse à Agência Efe que, dado que a Comissão Eleitoral do Paquistão (ECP) rejeitou em outubro registrar esta formação como partido, decidiram apresentar os seus candidatos com o Allah-hu-Akbar Tehreek (AAT).

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O porta-voz ressaltou que "mais de 200 candidatos se apresentarão às eleições nacionais e provinciais de todo o país em uma plataforma junto com o AAT", uma formação política de corte religiosa que nas eleições gerais de 2013 não obteve nenhum parlamentar.

Apesar da intenção do MML, a comissão eleitoral ainda deve dar a sinal verde aos candidatos apresentados para as eleições gerais de 25 de julho.

O MML foi fundado em agosto do ano passado como partido político da organização Jamaat-ud-Dawa (JuD), grupo incluído na lista de grupos terroristas dos Estados Unidos e da ONU e considerado uma fachada da organização terrorista Lashkar-e-Taiba (LeT).

Estados Unidos e Índia acusam Lashkar-e-Taiba de cometer os atentados de Bombaim contra uma estação de trem, um centro frequentado por judeu, vários restaurantes e hotéis, entre eles o emblemático hotel Taj Mahal, nos quais morreram 166 pessoas.

Em fevereiro, o Governo paquistanês ordenou o bloqueio das contas e bens de JuD, depois que em janeiro os EUA suspenderam o Programa de Fundos de Apoio à Coligação ao Paquistão, que ascende a US$ 900 milhões, pela falta de "medidas decisivas" na luta contra o terrorismo.

Os EUA oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões por Said, mas o líder islamita se move livremente pelo Paquistão, participando em atos e dando discursos, com detenções domiciliares temporárias.

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