Táxi francês em greve: taxistas protestam contra aplicativos de serviços de motoristas particulares (Philippe Wojazer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2014 às 15h23.
Londres - As ruas de Londres, Paris e de várias outras grandes cidades europeias ficaram congestionadas nesta quarta-feira em meio a uma série de paralisações de taxistas e trabalhadores do setor de transporte contra o uso de tecnologias digitais, que, segundo eles, colocam em risco os passageiros e oferece uma vantagem injusta a algumas empresas que não são do setor.
Motoristas dos famosos táxis pretos de Londres se recusaram a cobrar tarifas e se dirigiram para a Trafalgar Square - criando um grande engarrafamento na cidade - e os passageiros na França foram prejudicados não só pela diminuição de táxis nas ruas, mas também por greves na rede ferroviária nacional e linhas de metrô de Paris.
Madri, Barcelona e Berlim também foram atingidas pelo movimento.
"Isso significa que a mensagem deve ser ouvida, isso significa que há algo errado na Europa", disse Salem Ferrari, um motorista de táxi de Londres.
A greve é provocada por temores sobre a crescente turbulência na indústria de viagens e transportes, em grande parte devido às tecnologias digitais, que facilitaram a vida dos passageiros, mas diminuíram postos de trabalho e colocaram em risco a segurança dos clientes.
Os taxistas protestam contra aplicativos que oferecem serviços de motoristas particulares, como o Uber e Chauffeur Prive.
Os motoristas de táxi reclamam que, enquanto eles tem de passar por uma formação (que na Inglaterra leva até cinco anos), esses choferes particulares não tem qualificação suficiente para exercer a profissão.
Esses aplicativos foram proibidos em Bruxelas e estão sob controle na Espanha, mas a UE defende o seu uso, alegando que beneficia consumidores por ter preços mais baratos.
Na França, os trabalhadores do setor ferroviário protestam contra o uso de robôs para conduzirem trens e metrôs.
Além disso, agências de viagens e hotéis manifestam-se contra sites que oferecem hospedagem e viagens informais, como o Airbnb, sem estarem ligados à empresas do setor hoteleiro e de turismo.
"O fato é que a tecnologia digital está mudando muitos aspectos de nossas vidas", defende a vice-presidente da União Europeia para Assuntos Digitais. "Não podemos enfrentar esses desafios, nem ignorá-los." Fonte: Associated Press.