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Greve em aeroportos da Alemanha cancela voos em Berlim e Hamburgo

O sindicato quer elevar a pressão sobre empregadores na negociação de bônus para horas especiais de trabalho

Aeroportos: em Berlim, todas as 220 partidas e 70 das 240 chegadas de voos foram canceladas. (David McNew/Getty Images)

Aeroportos: em Berlim, todas as 220 partidas e 70 das 240 chegadas de voos foram canceladas. (David McNew/Getty Images)

Publicado em 24 de abril de 2023 às 14h13.

Funcionários de aeroportos em Berlim e Hamburgo realizaram paralisações nesta segunda-feira, 24, em uma disputa em andamento por causa de aumentos salariais, levando ao cancelamento de voos nas duas cidades da Alemanha.

Em Berlim, todas as 220 partidas e 70 das 240 chegadas de voos foram canceladas, informou a agência de notícias local DPA. Já o aeroporto em Hamburgo anunciou no início do dia que 50 das 160 partidas haviam sido canceladas, após aviso dado pouco antes pelo sindicato ver.di. As paralisações começaram às 3h30 (hora local) e iriam durar até meia-noite.

O sindicato quer elevar a pressão sobre empregadores na negociação de bônus para horas especiais de trabalho, por exemplo nos fins de semana, e para as regras de pagamento de hora extra.

No fim de semana, autoridades do governo alemão a sindicatos trabalhistas chegaram a um acordo sobre pagamentos para mais de 2,5 milhões de trabalhadores do setor público, o que encerrou uma prolongada disputa. O acordo, porém, não incluiu funcionários de aeroportos. 

Greves bloqueiam o trânsito

Ativistas ambientais do grupo alemão "Letzte Generation" (Última Geração) bloquearam o tráfego em diferentes pontos de Berlim nesta segunda-feira (24) para pressionar o governo de Olaf Scholz.

"Não aceitamos mais que o governo não tenha um plano para impedir a destruição da base da nossa existência", declarou Carla Rochel, porta-voz do movimento Última Geração.

Um porta-voz da polícia de Berlim disse à AFP que identificou protestos em 33 locais da capital alemã, sobretudo no anel rodoviário, onde os ativistas colaram suas mãos no asfalto, como de costume, para pressionar o governo.

As forças de segurança tentaram retirar os manifestantes, na maioria das vezes vestidos com colete laranja, sentados em pequenos grupos de dois ou três, de pernas cruzadas e com as calças e as mãos coladas ao asfalto.

As ações foram condenadas por Christian Lindner, ministro das Finanças, que garantiu no Twitter que "nenhum motivo, por mais nobre que seja, pode esconder o fato de que o bloqueio de Berlim não passa de violência física". Da mesma forma, Steffen Hebestreit, porta-voz do chanceler Olaf Scholz, disse: "Não apoiamos essas formas de protesto".

Cerca de 200 prisões foram realizadas, disse a ministra regional do Interior, Iris Sprangen, no Twitter.

Houve "grandes interrupções no trânsito", para as quais cerca de 500 policiais tiveram que ser mobilizados para expulsar os manifestantes de mais de 30 locais de protesto, disse uma porta-voz da polícia de Berlim.

"É relativamente simples reduzir as emissões. Os 10% mais ricos da Alemanha consomem tanta energia quanto os 50% mais pobres", disse Raphael Thelen.

No entanto, a presidente do partido Os Verdes, Britta Hasselmann, expressou dúvidas sobre o êxito das ações de bloqueio em Berlim. São "improdutivas", afirmou ao canal público ARD, para mobilizar a sociedade em torno da proteção ambiental.

Nos últimos meses, o grupo de ativistas realizou uma série de protestos, bloqueando estradas importantes e jogando diferentes substâncias em pinturas em museus. As ações desencadearam centenas de processos judiciais por serem consideradas como perturbações da ordem pública.

O governo do chanceler Olaf Scholz tem ambiciosas metas climáticas, mas os ativistas duvidam de sua capacidade de cumprir compromissos como produzir 80% da eletricidade a partir de fontes renováveis até 2030.

(Com Estadão Conteúdo e AFP)

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