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Grécia realizará novas eleições em junho

Não restou outra saída que não formar um gabinete interino de caráter técnico e anunciar uma nova convocação às urnas

Amanhã deverá constituir-se o novo Parlamento e os deputados eleitos no dia 6 de maio devem jurar seu cargo (Aris Messinis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 14h02.

Atenas - A Grécia escolheu nesta quarta-feira o alto magistrado Panayotis Pikrammenos para dirigir um governo de transição que leve o país à realização de eleições antecipadas no próximo dia 17 de junho.

Em virtude do Parlamento fragmentado resultante do pleito legislativo do último dia 6 de maio e da incapacidade dos partidos políticos gregos para pactuar um Executivo de coalizão, não restou outra saída que não formar um gabinete interino de caráter técnico e anunciar uma nova convocação às urnas.

Para pactuar a composição do governo que liderará o país até essa data, o presidente da República, Karolos Papoulias, se reuniu hoje com os líderes dos partidos políticos que obtiveram representação parlamentar, menos os neonazistas da Aurora Dourada que se negaram a participar por terem sido alijados de outras negociações.

Em particular, segundo informaram os partidos políticos após a reunião, chegou a ser analisada a possibilidade de dar continuidade ao governo em fim de mandato, de Lucas Papademos, mas nem ele estava disposto nem a proposta alcançou o consenso entre as diversas formações.

"Insisti na formação de um governo completamente neutro e pedi a aplicação do artigo 37 da Constituição para que o primeiro-ministro fosse um dos três presidentes dos mais altos tribunais. Também estabelecemos com o presidente que o governo tivesse poucos membros", explicou o líder do partido de centro-esquerda Dimar, Fotis Kouvelis.

De fato, o novo primeiro-ministro é um jurista de 67 anos que desde 1976 fez carreira no Conselho de Estado, a Suprema Corte grega para assuntos administrativos, da qual foi nomeado presidente em 2010.

Entre 1992 e 1993, Pikrammenos trabalhou como assessor jurídico do então primeiro-ministro conservador Konstantinos Mitsotakis, mas não é militante de nenhum partido.


"Espero ser capaz de realizar minha tarefa. Meu governo será puramente de transição, mas ninguém discute que o país está em um ponto crítico", disse Pikrammenos à imprensa local.

Além disso, explicou que recorreria à "direção" e aos "conselhos" de Papoulias para "proteger o prestígio do país".

No entanto, o novo governo quase não terá poder de decisão em assuntos fundamentais, já que este é o pacto ao qual chegaram os partidos políticos do país.

"Haverá um governo de transição que não tomará nenhuma iniciativa nem na Otan nem na União Europeia", explicou a líder do Partido Comunista, Aleka Papariga.

Isto pode afetar especialmente a Cúpula da Otan nos dias 20 e 21 de maio, na qual se deve discutir a entrada da Macedônia na Aliança, algo que a Grécia veta por diferenças sobre o nome do país.

"O fato de que haja um governo de transição aumenta a responsabilidade dos partidos políticos", advertiu o líder do partido social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos.

Embora por questões de procedimento as novas eleições ainda não tenham sido convocadas de forma oficial, toda imprensa local, assim como vários líderes políticos, dão como certa a data de 17 de junho.

Amanhã deverá constituir-se o novo Parlamento e os deputados eleitos no dia 6 de maio devem jurar seu cargo, enquanto na sexta-feira será escolhida a mesa da presidência do plenário.

Uma vez constituídos seus órgãos, o novo Parlamento terá uma vida de poucas horas, já que na mesma sexta-feira - ou, no mais tardar, na segunda - o presidente da República deve dissolvê-lo para convocar as eleições a pedido do primeiro-ministro.

Por lei, o Parlamento deve permanecer fechado por pelo menos três semanas antes do pleito.

O novo primeiro-ministro jurará hoje seu cargo em um ato protocolar do qual participam as máximas autoridades eclesiásticas e do Estado, enquanto os ministros assumirão amanhã, uma vez que se conheça a lista de pessoas que formarão o gabinete interino.

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Em virtude do Parlamento fragmentado resultante do pleito legislativo do último dia 6 de maio e da incapacidade dos partidos políticos gregos para pactuar um Executivo de coalizão, não restou outra saída que não formar um gabinete interino de caráter técnico e anunciar uma nova convocação às urnas.

Para pactuar a composição do governo que liderará o país até essa data, o presidente da República, Karolos Papoulias, se reuniu hoje com os líderes dos partidos políticos que obtiveram representação parlamentar, menos os neonazistas da Aurora Dourada que se negaram a participar por terem sido alijados de outras negociações.

Em particular, segundo informaram os partidos políticos após a reunião, chegou a ser analisada a possibilidade de dar continuidade ao governo em fim de mandato, de Lucas Papademos, mas nem ele estava disposto nem a proposta alcançou o consenso entre as diversas formações.

"Insisti na formação de um governo completamente neutro e pedi a aplicação do artigo 37 da Constituição para que o primeiro-ministro fosse um dos três presidentes dos mais altos tribunais. Também estabelecemos com o presidente que o governo tivesse poucos membros", explicou o líder do partido de centro-esquerda Dimar, Fotis Kouvelis.

De fato, o novo primeiro-ministro é um jurista de 67 anos que desde 1976 fez carreira no Conselho de Estado, a Suprema Corte grega para assuntos administrativos, da qual foi nomeado presidente em 2010.

Entre 1992 e 1993, Pikrammenos trabalhou como assessor jurídico do então primeiro-ministro conservador Konstantinos Mitsotakis, mas não é militante de nenhum partido.


"Espero ser capaz de realizar minha tarefa. Meu governo será puramente de transição, mas ninguém discute que o país está em um ponto crítico", disse Pikrammenos à imprensa local.

Além disso, explicou que recorreria à "direção" e aos "conselhos" de Papoulias para "proteger o prestígio do país".

No entanto, o novo governo quase não terá poder de decisão em assuntos fundamentais, já que este é o pacto ao qual chegaram os partidos políticos do país.

"Haverá um governo de transição que não tomará nenhuma iniciativa nem na Otan nem na União Europeia", explicou a líder do Partido Comunista, Aleka Papariga.

Isto pode afetar especialmente a Cúpula da Otan nos dias 20 e 21 de maio, na qual se deve discutir a entrada da Macedônia na Aliança, algo que a Grécia veta por diferenças sobre o nome do país.

"O fato de que haja um governo de transição aumenta a responsabilidade dos partidos políticos", advertiu o líder do partido social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos.

Embora por questões de procedimento as novas eleições ainda não tenham sido convocadas de forma oficial, toda imprensa local, assim como vários líderes políticos, dão como certa a data de 17 de junho.

Amanhã deverá constituir-se o novo Parlamento e os deputados eleitos no dia 6 de maio devem jurar seu cargo, enquanto na sexta-feira será escolhida a mesa da presidência do plenário.

Uma vez constituídos seus órgãos, o novo Parlamento terá uma vida de poucas horas, já que na mesma sexta-feira - ou, no mais tardar, na segunda - o presidente da República deve dissolvê-lo para convocar as eleições a pedido do primeiro-ministro.

Por lei, o Parlamento deve permanecer fechado por pelo menos três semanas antes do pleito.

O novo primeiro-ministro jurará hoje seu cargo em um ato protocolar do qual participam as máximas autoridades eclesiásticas e do Estado, enquanto os ministros assumirão amanhã, uma vez que se conheça a lista de pessoas que formarão o gabinete interino.

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