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Grécia inicia operação para retirar migrantes de Idomeni

Na primeira hora da operação, 340 migrantes deixaram o campo em seis ônibus, com destino a centros de abrigo na região de Salonica, norte da Grécia


	Refugiados: a operação "acontece com um ritmo lento e de maneira calma. Não é necessário o uso da força"
 (Yannis Kolesidis / Reuters)

Refugiados: a operação "acontece com um ritmo lento e de maneira calma. Não é necessário o uso da força" (Yannis Kolesidis / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2016 às 09h41.

Centenas de policiais gregos iniciaram nesta terça-feira uma operação para retirar 8.400 migrantes que estavam há mais de três meses em Idomeni, em um campo na fronteira com a Macedônia, que simboliza a tensão migratória na Europa.

A operação mobilizou 700 policiais, que contaram com o apoio de helicópteros.

As barreiras policiais impediram a aproximação dos jornalistas do campo. Os repórteres ficaram a três quilômetros do local.

A operação começou às 7H00 (1H00 de Brasília) e "acontece com um ritmo lento e de maneira calma. Não é necessário o uso da força", disse Giorgos Kyritsis, porta-voz do serviço de coordenação da crise migratória.

A retirada pode demorar uma semana, de acordo com o funcionário.

Na primeira hora da operação, 340 migrantes deixaram o campo em seis ônibus, com destino a centros de abrigo na região de Salonica, norte da Grécia, informa um comunicado oficial.

Uma fonte policial destacou que os agentes seguiram de barraca em barraca para estimular os refugiados e imigrantes, incluindo muitas famílias com crianças, a aceitar a transferência para os abrigos.

O canal Ert 1 exibiu imagens de crianças aguardando de maneira calma diante das barracas, em meio aos policiais que entraram no campo.

De centro de ajuda a símbolo do caos

Idomeni se transformou no símbolo do sofrimento de centenas de milhares de pessoas em fuga das guerras, perseguições e da miséria dos países do Oriente Médio, Ásia e África, na crise migratória de maior gravidade registrada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O local foi aberto no ano passado por grupos de ajuda humanitária para receber, no máximo, 2.500 pessoas em sua viagem para outros países da Europa.

Mas o campo chegou a abrigar mais de 12.000 pessoas - principalmente sírios, iraquianos, iranianos e pessoas procedentes do Magreb -, depois que os países dos Bálcãs fecharam suas fronteiras em fevereiro, com o objetivo de frear o fluxo intenso de migrantes por seus territórios.

A retirada acontece após um inverno marcado por fortes chuvas, que transformaram o local em um lamaçal, e de várias tentativas de forçar a passagem pela fronteira, o que provocou muitos confrontos com a polícia da Macedônia.

As organizações humanitárias denunciaram as deploráveis condições sanitárias e de segurança do local.

A operação de retirada começou a ser preparada na segunda-feira, com a chegada dos policiais.

Os agentes reforçaram os controles nas imediações e proibiram a entrada de novos grupos de migrantes.

Kyritsis afirmou na segunda-feira que a operação seria "gradual".

O governo de esquerda da Grécia insiste há vários meses em seu desejo de evitar, o máximo possível, o uso da força para enfrentar a onda migratória.

O modelo adotado é o da "persuasão", que deu resultados nos últimos dias, segundo uma fonte oficial.

Nas últimas duas semanas, 2.500 pessoas aceitaram abandonar Idomeni e quase 800 seguiram os passos no domingo e segunda-feira, quando circulavam rumores sobre a iminência da operação de retirada, informou a polícia.

A onda migratória também provocou momentos de tensão com os agricultores gregos e problemas no tráfego ferroviário para o norte da Europa, após bloqueios nas vias organizados pelos migrantes durante atos de protesto.

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