Grécia enfrenta onda de calor histórica e EUA tem temperaturas recordes
Todos os sítios arqueológicos da Grécia, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, estarão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia até domingo
Agência de notícias
Publicado em 22 de julho de 2023 às 15h08.
A Grécia enfrentará a maior onda de calor de sua história, com mais de 44°C previstos para este fim de semana, enquanto nos Estados Unidos as temperaturas recordes que atingiram o sul do país devem alcançar todo seu território.
"Segundo os nossos dados, provavelmente vamos enfrentar entre 16 e 17 dias de onda de calor, algo que nunca aconteceu em nosso país", disse à emissora de televisão ERT Kostas Lagouvardos, diretor de pesquisa do Observatório Nacional.
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Todos os sítios arqueológicos da Grécia, incluindo a famosa Acrópole de Atenas, estarão fechados ao público durante as horas mais quentes do dia até domingo. "É necessária vigilância absoluta... porque os tempos difíceis não passaram", disse o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsokakis.
No centro do país, são esperadas temperaturas de até 45ºC. O recorde no país é de 48ºC em 1977 em Elêusis, perto de Atenas. Na capital, a máxima atingida é de 44,8 ºC em junho de 2007.
"Estou acostumado com altas temperaturas. Nós as temos todo verão, mas o difícil este ano é que as ondas de calor são sucessivas", disse Christos Boyiatzis no elegante bairro de Kolonaki, em Atenas.
Progressão nos Estados Unidos
No continente americano, cerca de 80 milhões de americanos vão ter de suportar temperaturas iguais ou superiores a 41ºC durante o fim de semana, alertam os serviços meteorológicos do país (NWS).
Podem passar dos 46 ºC em Phoenix, capital do Arizona (sudoeste), que enfrenta a maior onda de calor já registrada, com 22 dias seguidos com temperaturas superiores a 43 ºC. Na quinta-feira, esse calor provocou um incêndio em uma instalação de armazenamento de propano no qual tanques de gás explodiram.
"Durante um dia quente como este, esses tanques de propano se expandem no calor e se tornam verdadeiros mísseis", enviando destroços a mais de 450 metros, disse um oficial dos Bombeiros à televisão local KPHO.
A cerca de 500 quilômetros dali, na Califórnia, o Vale da Morte, um dos lugares mais quentes do planeta, turistas tiram fotos ao lado de uma tela que mostra temperaturas cada vez mais extremas.
Há quem espere que seja quebrado o recorde absoluto do planeta, de 56,6 ºC ali registrado em 1913, mas contestado por alguns especialistas.Um homem de 71 anos morreu na região no início da semana e os guardas do parque nacional suspeitam que "o calor desempenhou um papel importante" na morte.
Com ondas de calor na Europa, nas Américas e na Ásia, o mês de julho está a caminho de se tornar o mais quente já registrado na Terra, não apenas desde o início das medições, mas também em "séculos ou milhares de anos", disse o diretor de climatologia da NASA, Gavin Schmidt.
E isso não se deve apenas ao El Niño, fenômeno climático cíclico que nasce no Oceano Pacífico e provoca o aumento das temperaturas planetárias, diz.
Para este especialista, as temperaturas extremas vão persistir porque "continuamos a emitir gases com efeito de estufa para a atmosfera".