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Grécia: bancos criticam possível estatização do setor após acordo

O primeiro-ministro George Papandreou reconheceu que as instituições poderiam passar por um período de \"temporária\" estatização, o que já deixa os banqueiros inquietos

Em privado, os banqueiros da Grécia dizem temer que o controle do governo elimine os acionistas e leve a interferências em políticas de crédito (Louisa Gouliamaki/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2011 às 17h36.

São Paulo - Os bancos da Grécia enfrentam a perspectiva de estatização e poderiam passar anos dependendo de um Estado grego insolvente para se manterem ativos, após os líderes da Europa terem chegado a um acordo para reduzir em 50% a dívida do governo, segundo executivos de bancos do país. O primeiro-ministro George Papandreou reconheceu que as instituições poderiam passar por um período de "temporária" estatização, o que já deixa os banqueiros inquietos.

Em privado, os banqueiros da Grécia dizem temer que o controle do governo elimine os acionistas e leve a interferências em políticas de crédito - o que representa um recuo depois de duas bem sucedidas décadas de liberalização do setor bancário do país. "Do jeito que as coisas estão parece muito provável, mais de 90% de probabilidade, de que nós vamos precisar de suporte do setor público após a redução (de 50% na dívida da Grécia)", afirmou um alto banqueiro grego. "Os bancos não fizeram nada para merecer a estatização, e eu temo que isso vai levar a uma destruição substancial no valor para o acionista."

Os líderes da Europa chegaram ao acordo a fim tentar conter a propagação da crescente crise da dívida na região. Os bancos concordam com um haircut (desconto) de 50% do valor de seus títulos da dívida grega e, em troca, as autoridades prometeram recapitalizar os bancos europeus. Os bancos da Grécia, que poderiam enfrentar perdas de mais de € 16 bilhões, terão o apoio de um fundo especial de € 30 bilhões administrado pelo Estado grego e por credores internacionais. Os bancos terão de recorrer ao mesmo antes de receber ajuda do fundo.

Nos anos 1990, a Grécia privatizou a maioria de seus bancos após uma década de controle governamental, que era bastante criticado por direcionar de forma errada os empréstimos e causar grandes perdas para o Estado. "A estatização de um banco privado é algo complicado", disse Guillaume Menuet, economista do Citigroup em Londres. "Como você gerencia o banco? No interesse da economia ou do acionista, que neste caso é o Estado?"

"A estatização dos bancos não é como no velho sentido da palavra. Eles farão parte do fundo do governo e em dois anos o governo vai vender sua participação nos bancos", disse um outro alto banqueiro grego. "Não é apenas o governo gerenciando o fundo: os credores internacionais da Grécia também estão envolvidos." Mas ele acrescentou: "A estrutura de capital dos bancos vai mudar, e isso vai determinar o tamanho do papel do governo."

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Em privado, os banqueiros da Grécia dizem temer que o controle do governo elimine os acionistas e leve a interferências em políticas de crédito - o que representa um recuo depois de duas bem sucedidas décadas de liberalização do setor bancário do país. "Do jeito que as coisas estão parece muito provável, mais de 90% de probabilidade, de que nós vamos precisar de suporte do setor público após a redução (de 50% na dívida da Grécia)", afirmou um alto banqueiro grego. "Os bancos não fizeram nada para merecer a estatização, e eu temo que isso vai levar a uma destruição substancial no valor para o acionista."

Os líderes da Europa chegaram ao acordo a fim tentar conter a propagação da crescente crise da dívida na região. Os bancos concordam com um haircut (desconto) de 50% do valor de seus títulos da dívida grega e, em troca, as autoridades prometeram recapitalizar os bancos europeus. Os bancos da Grécia, que poderiam enfrentar perdas de mais de € 16 bilhões, terão o apoio de um fundo especial de € 30 bilhões administrado pelo Estado grego e por credores internacionais. Os bancos terão de recorrer ao mesmo antes de receber ajuda do fundo.

Nos anos 1990, a Grécia privatizou a maioria de seus bancos após uma década de controle governamental, que era bastante criticado por direcionar de forma errada os empréstimos e causar grandes perdas para o Estado. "A estatização de um banco privado é algo complicado", disse Guillaume Menuet, economista do Citigroup em Londres. "Como você gerencia o banco? No interesse da economia ou do acionista, que neste caso é o Estado?"

"A estatização dos bancos não é como no velho sentido da palavra. Eles farão parte do fundo do governo e em dois anos o governo vai vender sua participação nos bancos", disse um outro alto banqueiro grego. "Não é apenas o governo gerenciando o fundo: os credores internacionais da Grécia também estão envolvidos." Mas ele acrescentou: "A estrutura de capital dos bancos vai mudar, e isso vai determinar o tamanho do papel do governo."

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