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Grécia antecipa eleições presidenciais para 17 de dezembro

O governo decidiu antecipar o primeiro turno das eleições, em votação cujo fracasso pode levar a legislativas antecipadas

Carolos Papoulias, presidente da Grécia: sucessor era aguardado inicialmente para o primeiro trimestre de 2015 (Farouk Batiche/AFP)

Carolos Papoulias, presidente da Grécia: sucessor era aguardado inicialmente para o primeiro trimestre de 2015 (Farouk Batiche/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 22h57.

Atenas - O governo grego decidiu, nesta segunda-feira, antecipar para 17 de dezembro o primeiro turno das eleições no Parlamento a presidência da República, em uma votação em três turnos, cujo fracasso pode levar a legislativas antecipadas.

O Parlamento unicameral terá que apontar um sucessor para o presidente em fim de mandato Carolos Papoulias, algo que era aguardado inicialmente para o primeiro trimestre de 2015.

Em caso de desacordo, haveria eleições legislativas antecipadas nas quais, segundo pesquisas, ganharia a coalizão de esquerda radical Syriza, liderada por Alexis Tsipras.

Em um comunicado, o governo, formado por conservadores e socialistas, vincula as eleições antecipadas à prorrogação por dois meses do plano de ajuda financeira à Grécia, decidida na segunda-feira por ministros da Economia da zona do euro em Bruxelas.

Este programa devia, a princípio, ser concluído em 31 de dezembro. Mas será prorrogado por dois meses devido à impossibilidade de os credores internacionais analisarem a tempo as contas públicas gregas, uma condição sine qua non para que a UE entregue um último montante de € 1,8 bilhão.

"A incerteza política precisará ser suspensa agora mesmo. O premiê, Antonis Samaras, e o vice-presidente do governo, Evangelos Venizelos, após informar o presidente da República, pediram ao presidente do Parlamento que acelere o procedimento para as eleições presidenciais e que se celebre a votação relativa nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2014", informou o Executivo em um comunicado.

A maioria parlamentar da coalizão do governo dispõe de uma apertada maioria de 155 cadeiras, de um total de 300 que compõe a Câmara.

Esta maioria torna quase impossível a eleição de um presidente no primeiro ou no segundo turno da votação, para o que seria necessário um apoio de 200 deputados.

Por isso, é muito provável que haja um terceiro turno, no qual o candidato vencedor precisaria de 180 votos, uma maioria que o governo não teve em nenhuma das últimas votações, como por exemplo a do orçamento, na noite de domingo.

Se no terceiro turno não houver nenhum vencedor, o Parlamento precisará ser dissolvido no prazo de dez dias e deverão ser convocadas eleições legislativas. O governo ainda não informou o nome do candidato a suceder Papoulias, cujo mandato termina em março e tem um papel fundamentalmente honorário.

Syriza, que é contrária às medidas de rigor adotadas em troca da ajuda financeira internacional, já informou que não votará em nenhum candidato à Presidência da República e não para de exigir há meses a realização de legislativas antecipadas.

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