Governo venezuelano pede apoio a diplomata dos EUA após atentado
Chanceler Jorge Arreaza disse que entregou a Story relatório preliminar sobre suposto envolvimento do venezuelano Osman Delgado no ataque
EFE
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 19h14.
Caracas - Funcionários do governo venezuelano se reuniram nesta quarta-feira com o encarregado de negócios dos Estados Unidos no país, James Story, para mostrar "provas" que vinculam um venezuelano que mora na Flórida ao atentado contra o presidente Nicolás Maduro , ao mesmo tempo em que solicitaram apoio às investigações.
O chanceler Jorge Arreaza disse que entregou a Story um relatório preliminar sobre o suposto envolvimento do venezuelano Osman Delgado no ataque com explosivos do qual Maduro saiu ileso no sábado.
"A Venezuela vai solicitar a extradição desse cidadão e vamos fazer através dos meios correspondentes. Há muitos anos, os Estados Unidos colocaram a luta contra o terrorismo como uma das principais premissas na teoria, nós queremos ver na prática, nesta cooperação com a Venezuela", afirmou.
Tarek Saab, o promotor designado pela governista Assembleia Nacional Constituinte (ANC), um órgão integrado apenas por chavistas e que vários países não reconhecem, disse em entrevista ao canal "Globovisión" que a reunião com Story foi "muito cordial". Ele acrescentou que a Promotoria já iniciou o processo para solicitar a extradição de Delgado, vinculado a um roubo de fuzis e vários lança-granadas de um quartel militar há um ano.
O próprio Maduro disse ontem à noite que Delgado atuou como financiador e diretor do atentado que sofreu quando ele liderava um ato com militares em Caracas no sábado e que deixou sete feridos. Pelo atentado, a Venezuela acusa o ex-presidente da Colômbia Juan Manuel Santos, assim como os deputados opositores Julio Borges - ex-presidente da Câmara - e Juan Requesens, este último detido ontem.
A ANC se reunirá hoje em caráter especial para retirar privilégios de vários opositores, enquanto o Parlamento indicou que denunciará o governo por acabar com a imunidade parlamentar dos legisladores sem seguir as exigências da Constituição.