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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h06.
A articulação do governo Lula com os senadores tende a ser mais fácil e produtiva em 2005. Apesar de a base de apoio no Senado continuar pequena, a consultoria Tendências avalia que a maior proximidade com o PMDB e os progressos da liderança do governo no Senado irão auxiliar as negociações ao longo do ano.
Segundo análise divulgada pela Tendências, a eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado reforçará o apoio dos parlamentares peemedebistas ao governo. Ao contrário de José Sarney (PMDB-MA), Calheiros é visto como uma liderança que efetivamente representa os interesses da bancada do PMDB. Por isso, os senadores do partido tendem a se sentir mais prestigiados neste ano do que no primeiro biênio do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, as disputas internas do PMDB, que tanto atrapalharam o governo nos anos anteriores, também foram pacificadas pela indicação, dada como certa, de Roseana Sarney (PFL-MA) para um ministério, na reestruturação que deve ser realizada em breve. A nomeação seria uma "recompensa" a Sarney, em troca de sua não-eleição para o comando do Senado.
O outro motivo que facilitará a vida de Lula no Senado, em 2005, é o crescente amadurecimento do líder do governo, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). De acordo com a Tendências, em vez de insistir nos discursos em plenário, Mercadante está se concentrando, cada vez mais, na abertura de canais de contato com os partidos de oposição, a fim de melhorar a articulação política do governo e facilitar o andamento da agenda de votações.